A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realiza nesta terça-feira e quarta-feira (21 e 22), em Brasília, a 19ª edição do Grito da Terra Brasil (GTB), principal ação de massa do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) do país. Em 2013 o ato terá um caráter histórico, já que a entidade comemora seus 50 anos de existência.

Tradicionalmente, o GTB é promovido pela Contag, pelas Federações dos Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs). Reúne anualmente, na capital federal, milhares de pessoas de todo o país, entre lideranças, agricultores familiares, assalariados rurais, assentados e acampados da reforma agrária, dentre outros que apoiam as bandeiras de luta da população rural.A cada edição, o Grito da Terra se torna um espaço ainda maior de proposição, reivindicação e negociação de políticas públicas para o campo e floresta, além de ser um processo mobilizador, formativo e informativo. Sua pauta de reivindicações é um documento de construção de propostas para valorizar o espaço rural como um lugar capaz de promover transformações sociais. Ela concentra demandas relativas a todas as áreas de atuação do MSTTR, inclusive que atendam a todas as idades e gênero. É construída durante o ano a partir da identificação de problemas e demandas do meio rural.O momento mais importante do GTB ocorrerá na quarta-feira (22), quando cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o país sairão em caminhada pelas ruas de Brasília. A concentração começará às 6h horas no 1º quadrante da Esplanada dos Ministérios, próximo à Catedral. A abertura está prevista para as 9h. A mobilização será encerrada somente à tarde, com a apresentação dos resultados das negociações com o governo federal.Diálogo com o governo

Ao longo das últimas semanas, toda a diretoria da Contag realizou diversas reuniões com representantes de diferentes setores do governo federal, como Cultura, Secretaria-geral da Presidência, Desenvolvimento Agrário, Educação, Saúde, Pesca, Trabalho, entre outros. Em cada um desses encontros, os sindicalistas apresentaram a pauta de reivindicações da 19ª edição do GTB, com o propósito de obter novos avanços a partir desse diálogo.

A história recente mostra que esse caminho é correto, já que os trabalhadores e trabalhadoras rurais acumularam muitas conquistas durante os últimos anos, a exemplo da criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); da desapropriação de milhares de hectares de terra para a reforma agrária; da concessão de benefícios previdenciários rurais; e da melhoria das condições de trabalho dos assalariados e das assalariadas rurais.

O presidente da Contag, Alberto Broch, avalia de forma positiva esse processo de negociação e disse que é grande a sua expectativa para o dia da mobilização. “Nos últimos dias estamos em intensa negociação com o governo federal, com momentos tensos e outros mais leves. Temos questões visivelmente andando bem, outras dependem de decisões e algumas estão bem difíceis, que talvez não consigamos resolver neste ano.” Nesse sentido, Broch afirmou que as negociações não serão encerradas no dia 22 de maio. “Vamos continuar mobilizados negociando as políticas importantes para a agricultura familiar, para os assalariados e as assalariados rurais, para o público da reforma agrária e negociando também as políticas sociais. Estamos exercitando o papel soberano do movimento sindical, exigindo do governo federal o atendimento às nossas demandas e qualificando a nossa intervenção. Portanto, vamos ficar permanentemente em vigilância.”

Exemplo

Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, o modo como a Contag se mobiliza para o Grito da Terra é uma referência para todo o movimento sindical brasileiro.

“O preparo demonstrado por cada um dos dirigentes da Contag durante todo o processo do Grito da Terra é exemplar. Os trabalhadores e trabalhadoras rurais mostram isso anualmente e são reconhecidos por toda a sociedade. Esperamos que mais uma vez a presidenta Dilma os receba e possa negociar melhorias para a mulher e o homem do campo”, afirmou.

 

Fonte: Portal CTB com informações da Contag