A organização de trabalhadores em cooperativas tem crescido no Brasil. O processo de decisão democrático, o sistema de autogestão e a estrutura coletiva caracterizam as cooperativas como empreendimentos econômicos solidários.
Cerca de 60% das organizações estão no setor rural, vinculadas a atividades primárias, como agricultura, pesca e artesanato. Na área urbana, destacam-se as cooperativas de crédito e a união de trabalhadores para assumir a administração de empresas que passam por problemas legais ou financeiros (as chamadas empresas recuperadas).
Entre os fatores que têm contribuído para o aumento de cooperativas está o ambiente econômico favorável no Brasil, que estimula o empreendedorismo. Além disso, os trabalhadores passaram a ter mais informações sobre as iniciativas econômicas solidárias e hoje contam com mais instrumentos e serviços para iniciar o negócio.
Para estimular esse tipo de organização coletiva, o governo federal criou a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), vinculada ao Ministério de Trabalho e Emprego (TEM), em 2003. Os empreendimentos econômicos solidários geram trabalho e renda, promovem a inclusão social e o desenvolvimento local.
As articulações de cooperativas resultaram no Fórum Brasileiro de Economia Solidária e em outros 27 fóruns estaduais.
Mapeamento divulgado pela Senaes em 2007 apontou a existência de 22 mil empreendimentos econômicos solidários no Brasil. Um novo levantamento está sendo concluído e os dados preliminares indicam que o número subiu para 30 mil organizações coletivas.
“O crescimento 2000 a 2010 é superior ao registrado nos 30 anos anteriores”, afirma Antônio Haroldo Pinheiro Mendonça, coordenador-geral de Comércio Justo e Solidário do Departamento de Fomento à Economia Solidária da Senaes.
Para que a cooperativa prospere, Pinheiro Mendonça dá algumas dicas. Em primeiro lugar, é preciso avaliar se as outras pessoas com quem vai se associar estão preparadas para trabalhar nesse sistema. Em um empreendimento desse tipo, todos precisam crescer juntos.
Outro ponto importante é respeitar as etapas do negócio. “Não há fórmula mágica, os resultados não acontecem na hora, mas se tiver um bom plano eles vão aparecer”, diz.
As sociedades cooperativas são reguladas pela Lei nº 5.764, de 1971, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (Sebrae), a assembleia de constituição da cooperativa é uma etapa formal e requer a presença de pelo menos 20 participantes. Também é preciso registrar a cooperativa na Junta Comercial do estado.
Fonte: Ministério do Trabalho