Presidente da assembleia disse que opositores querem “montar focos de perturbação” frente à desvantagem nas pesquisas
O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirmou que enxerga um cenário de tentativa de desestabilização. “Como sabem que as pesquisas não são favoráveis, agora querem montar focos de perturbação. Ante esse intento da direita, o povo estará nas ruas para defender a Revolução Bolivariana e o triunfo de Nicolás Maduro”, disse ontem em Mérida, após lembrar que o candidato chavista lidera por mais de 20 pontos a maioria das pesquisas de intenção de voto.
A denúncia da MUD será avaliada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), de acordo com o dirigente do órgão, Vicente Díaz. Ele explicou que a senha não permite “tocar no sistema eleitoral” e, portanto, “não afeta em nada a eleição” de 14 de abril. Segundo Díaz, “há risco de sabotagem”, mas que seria detectado imediatamente. “A gravidade do fato não está no risco de uso da senha (…), mas em que nenhum partido político, da oposição ou do governo, pode ter acesso a qualquer senha do CNE”, explicou.
O coordenador de Estratégia e Política Eleitoral do Comando Hugo Chávez, Francisco Ameliach, publicou em sua conta no Twitter (@AmeliachPSUV) uma foto que mostra uma ata da auditoria mencionada por Aveledo, assinada sem objeções e observações pelos membros da MUD. O documento diz que “os representantes das organizações com fins políticos executaram todas as provas e revisões nas máquinas de votação selecionadas, verificando que os equipamentos funcionavam corretamente.”
Twitter/@AmeliachPSUV
Oposição x CNE
A oposição venezuelana vem questionando a segurança e isenção do processo eleitoral desde antes do início da campanha. Durante discurso para anunciar sua candidatura, em 10 de março, Henrique Capriles acusou o CNE de já ter “tudo pronto” para a eleição de 14 de abril, pois a data foi anunciada com rapidez, cinco dias após a morte de Hugo Chávez. Em 8 de março, após jurar como presidente interino, Maduro convocou o novo pleito.
Poucos dias depois, o maior jornal opositor, El Nacional, publicou em editorial que o CNE é um “obstáculo permanente” para eleições livres e justas na Venezuela, e chegou a insinuar que o voto já não é uma forma de promover mudanças no país.
Quem também fez comentários sobre o CNE foram os Estados Unidos. A porta-voz do Departamento de Estado de Estados Unidos para América Latina, Roberta Jackson, afirmou em março que julgava difícil que a Venezuela tivesse eleições “abertas, livres e transparentes”. As declarações foram rechaçadas tanto pelo órgão eleitoral como pelo governo.
Fonte: Operamundi