
O voador gigante foi localizado na chapada do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e o Piauí. Viveu há 110 milhões de anos, descoberta inédita
Pesquisadores apresentaram ontem no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, o fóssil do maior pterossauro descoberto no Hemisfério Sul e terceiro maior do mundo, com 8,5 metros de uma ponta da asa à outra. Localizado na chapada do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e o Piauí, o voador gigante viveu há 110 milhões de anos, o que revela uma novidade na paleontologia: até agora só se conheciam pterossauros de grande porte do período entre 72 e 65 milhões de anos.
Uma réplica do enorme pterossauro que voava nos céus nordestinos fará parte de uma exposição sobre esses animais que será aberta ao público a partir de amanhã no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, na Zona Norte carioca. Os pterossauros são répteis voadores, contemporâneos dos dinossauros, da era mesozoica, entre 220 milhões e 65 milhões de anos.
“O gigantismo do pterossauro é bem anterior ao que se supunha. E este é o pterossauro gigante mais completo que existe”, disse o pesquisador Alexander Kellner. No depósito de fósseis conhecido como Formação Romualdo, na chapada do Araripe, foi encontrada grande parte do esqueleto, com ossos das asas, dos ombros, do crânio e da coluna vertebral. Segundo Kellner, as outras duas ossadas de pterossauros gigantes, um de 11 metros de uma ponta da asa à outra, localizado nos Estados Unidos, e outro de 10 metros, na China, tinham apenas pequenos fragmentos do esqueleto
Pesquisadores de três instituições brasileiras, Museu Nacional, Universidade Regional do Cariri (Urca) e Museu de Ciências da Terra, analisaram fósseis encontrados em 2011 e também partes de esqueletos localizados há mais de 10 anos. Mas, ainda não tinham sido estudados, todos encontrados na mesma região do Nordeste brasileiro, “um verdadeiro celeiro de pterossauros gigantes”, disse Kellner.
Fósseis de outros dois pterossauros gigantes, mais jovens e, por isso, um pouco menores, também foram estudados nesse mesmo projeto. A reconstituição da cabeça do pterossauro mostra que o animal tinha uma crista. (das agências de notícias)
Onde
ENTENDA A NOTÍCIA
Segundo os pesquisadores, a Bacia do Araripe reúne alguns dos depósitos fósseis mais importantes do mundo. A diferença do Brasil em relação aos outros países é o fato de ter esqueletos mais preservados.
PALEONTOLOGIA
Espécie já seria conhecida, mas tamanho é inédito
A criatura parece pertencer a uma espécie já conhecida de pterossauro, como são designados esses animais, mas nenhum bicho do grupo descoberto até hoje no Brasil chegou perto desse tamanho. Provavelmente era um devorador de peixes, alimento abundante no ambiente costeiro que predominava no Araripe à época.
Fonte: Jornal O Povo