Requeiro, nos termos do art. 199, § 1º do Regimento Interno, a realização de Sessão Especial para comemorar o centenário da fundação da Associação Brasileira de Imprensa, a realizar-se no mês de abril de 2008.
Justificação
Idealizada por Gustavo Lacerda, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foi criada em 07 de abril de 1908. Seu principal objetivo era assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-se um centro poderoso de ação, que pudesse abrigar todos os trabalhadores da imprensa.
Segundo Lacerda, a razão principal dos jornais deveria ser a democratização da informação, cumprindo uma função social, razão pela qual não justificava confundi-las com empresas, cuja razão principal é o lucro.
Já no programa de fundação da ABI ele expunha reivindicações que só apareceriam na Revolução de 1930. É de Lacerda, por exemplo, a idéia de manter uma biblioteca aberta ao público, com o objetivo de atender não apenas às necessidades de informação cultural dos jornalistas, mas também a todo o povo da cidade do Rio de Janeiro.
Além de Lacerda, faz mister destacar outro singular ícone da história da ABI, Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho, que lutava por ideais nacionalistas e via sua profissão como um meio de levar a população brasileira à conscientização política e social.
Em 1926, aos 29 anos de idade, assumiu pela primeira vez a Presidência da Casa. Durante seu quarto mandato, em 1992, foi o responsável direto pelo pedido da abertura do impeachment de Fernando Collor de Mello e o primeiro orador inscrito para defender o processo.
Outro fato importante a ser registrado é que a ABI nunca deixou de cumprir os objetivos que a originaram, mas se adaptou ao longo do tempo. Seus estatutos foram ajustados às diversas situações socioeconômicas da indústria jornalística. Como disse, em 1969, um ex-presidente da Casa, Fernando Segismundo, além das finalidades fundamentais, a associação deve interpretar o pensamento, as aspirações, a expressão cultural e cívica de nossa imprensa; preservar a dignidade profissional dos jornalistas — e não apenas a de seus sócios; acautelar os interesses da classe; estimular entre os jornalistas o sentimento de defesa do patrimônio cultural e material da Pátria; realçar a atuação da imprensa nos fatos da nossa história; e colaborar em tudo que diga respeito ao desenvolvimento intelectual do País.
Assim, nada mais justo e meritório do que a realização de uma Sessão Especial, no Plenário desta Casa, como forma de homenagear essa entidade, cuja contribuição para a democracia brasileira foi vital até o presente momento, e que continua deixando sua marca indelével para as gerações seguintes.