Registro de textos sobre a vida e obra do poeta cearense José Alcides Pinto, falecido recentemente em Fortaleza


Sr Presidente, gostaria de pedir a V Exª a oportunidade de, neste momento da votação, fazer um registro.

Faleceu no Estado do Ceará, em Fortaleza, depois de ser atropelado por uma moto, no centro da cidade, um dos mais ilustres poetas da nossa terra, José Alcides Pinto. Ele é de São Francisco do Estreito, distrito de Santana do Acaraú.

José Alcides Pinto diplomou-se em jornalismo pela Faculdade Nacional de Filosofia e em Biblioteconomia pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação. Em parceira com Ciro Colares e Raimundo Araújo, lançou, em 1950, o seu primeiro livro, Antologia dos Poetas da Nova Geração. Em 1952, lança um livro individual, Noções de Poesia e Arte. Em 1957, volta para Fortaleza, onde lança o Manifesto Concretista. Em 1964, lança o seu primeiro romance, O Dragão. Em 1974, publica Os Verdes Abutres da Colina e João Pinto de Maria – Biografia de um Louco, que, junto com O Dragão, formam a chamada Trilogia da Maldição. Em 1977, desliga-se da Universidade Federal do Ceará, onde dava aulas no curso de Comunicação Social. Veste um hábito franciscano e vai morar em uma fazenda no sertão cearense. Em 1986, ganha o Prêmio Nacional Petrobras de Literatura. Em 2000, ganha o Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 2003, a Editora G.R.D. publica uma coletânea de poemas de José Alcides Pinto, intitulada Poemas Escolhidos. Em 2008, estava pronto para lançar dois livros inéditos de poesia, Diário de Berenice e O Algodão dos Teus Seios Morenos, com o selo Jamaica Editora. Jamaica é o nome de uma de suas filhas.

Aproveito também a oportunidade, diante do falecimento desse grande poeta do povo cearense, para pedir a V. Exª que faça inserir nos Anais do Senado Federal dois cadernos especiais: um do jornal O Povo, no seu caderno de arte e cultura, chamado Vida & Arte, que traz um histórico da vida desse homem simples do povo, da poesia, do romance e da arte cearense. Também um caderno de arte e cultura do jornal Diário do Nordeste, tratando da vida desse ilustre cearense.

E peço a V. Exª também que faça constar dos Anais dois textos muito ilustrativos da vida e da obra de José Alcides Pinto, que falece aos 82 anos de idade, um texto de Paulo de Tarso Pardal, Professor da Universidade Federal, também um poeta e romancista, chamado O Espaço Alucinante de José Alcides Pinto. E outro texto de um outro renomado escritor cearense, professor, Floriano Martins, Fúrias do Oráculo: a obra de José Alcides Pinto.

Sr. Presidente, o povo do Ceará perde esse homem da língua portuguesa, um homem da arte, da poesia, do romance. E nós queremos fazer esse registro para que o seu nome também fique gravado para sempre no Senado da República Federal.

Obrigado.