Programação


O presidente do Senado, José Sarney, presidirá solenidade, no próximo dia 25, que marcará a largada do programa Senado Cultural, novo nome da programação cultural anual da Casa. Nesse dia, haverá a assinatura simbólica de convênios com diversas entidades culturais com participação já confirmada nas atividades do programa até então chamado de Ano Cultural Senado.

O Senado Cultural deverá trazer este ano a Brasília, entre outras novidades, a exposição Clarice Lispector, sucesso de público em São Paulo. De acordo com Ana Cláudia Badra, coordenadora da comissão do programa, já foram concluídas as negociações com o Museu da Língua Portuguesa, responsável pela mostra que destaca vida e obra da escritora, considerada como um dos nomes mais importantes da literatura brasileira.

O Museu da Língua Portuguesa é uma das instituições com as quais a comissão vem intensificando contatos para firmar parcerias. Também integram a proposta para novos convênios a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Fundação Memorial da América Latina, a Biblioteca José Mindlin, a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outras.

– Estamos em busca de patrocínios e os senadores começam a nos procurar, oferecendo seus acervos pessoais e sugestões para enriquecer o programa, como a homenagem a dom Hélder Câmara – informou Ana Cláudia Badra.

Na solenidade do dia 25, serão lançadas a nova logomarca Senado Cultural e a página no site do Senado em que será divulgada a programação cultural a ser desenvolvida ao longo do ano. De acordo com Ana Cláudia, houve mudanças na comissão do programa para garantir maior dinamismo aos trabalhos. Agora, há subgrupos para imprimir mais agilidade à organização dos eventos.

Na mesma cerimônia, será também divulgado o edital Pratas da Casa, projeto que abre oportunidade para que os talentos do Senado possam divulgar seus trabalhos. O projeto envolve atividades em diversos gêneros artísticos, como mostras de fotografia e espetáculos musicais. Funcionários que dominem o repertório de Jacob do Bandolim, Ataulfo Alves e Nelson Gonçalves poderão inscrever-se para projeto musical que homenageará esses artistas.

Programação

Na programação, a exposição Clarice Lispector está prevista para março (), na Praça das Abelhas (hall entre o Túnel do Tempo e o Auditório Petrônio Portela).No mês de abril, uma das atividades será o lançamento (dia 15) do livro "Trinta Carnavais", do carnavalesco Joãozinho Trinta, que também fará uma palestra sobre motivação e organização.

Ainda em abril, está programada a homenagem a Dom Hélder Câmara, com uma sessão especial prevista para o dia 28 – iniciativa que teve o apoio dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). O tributo a Dom Hélder inclui a reedição, pelo conselho editorial do Senado, do livro O Artesão da Paz – Dom Hélder Câmara, além de uma exposição e um filme dedicados ao arcebispo de Olinda e Recife, falecido em 1999, que teve destacada atuação na luta pelos direitos humanos e pela redemocratização do país.

O mês de maio será de homenagem a dois grandes nomes da literatura brasileira: Graciliano Ramos e José Alencar. Uma exposição de fotos celebrará os 70 anos da obra Vidas Secas, de Graciliano. Também será lançada a obra Caderneta de Anotações de Graciliano Ramos. Na comemoração dos 180 anos da morte de José Alencar (), serão lançados textos políticos do autor.Haverá ainda uma homenagem póstuma aos dicionaristas Aurélio Buarque de Holanda e Antonio Houaiss no dia 20, ocasião em que será lançado o Guia da Reforma Ortográfica.

Em junho, será a vez dos artistas populares, com homenagens ao Mestre Vitalino, ceramista de Caruaru (PE), e a Patativa do Assaré, poeta, cantor e compositor. Nesse mês, haverá ainda uma sessão especial pelo Dia Internacional do Esporte, quando deverá ser também realizada uma exposição, a ser escolhida entre duas alternativas oferecidas pela Federação Olímpica Internacional: Olimpíadas de Pequim ou Nova Era dos Jogos Olímpicos.

A previsão é a de que o Senado Cultural encerre sua programação anual com a vinda do Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para uma homenagem aos 90 anos de nascimento do maestro Claudio Santoro e aos 50 anos da morte do maestro Villa-Lobos. Ana Claudia Badra observa que, com uma programação tão extensa, algumas atividades ainda estão sujeitas a mudanças de data ou mesmo a substituição.

Obras raras

Está prevista ainda uma série de exposições em que serão exibidos livros raros, que integram acervos de grandes colecionadores do país. Um deles é o empresário José Mindlin, que abriu as portas de sua biblioteca para o Senado Cultural, sem qualquer ônus financeiro. O presidente da Casa, José Sarney, outro grande colecionador, também ofereceu seu acervo de obras raras.

Da coleção de Mindlin, o público vai poder conhecer, em maio, exemplar da primeira edição do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos; em agosto, a obra Rio de Janeiro Pitoresco, de L. Buvelot e Auguste Moreau (de 1842); e, em outubro, numa homenagem ao Dia das Crianças, os livros Fada Menina, de Lúcia Miguel Pereira, e Maria Rosa, uma brincadeira de carnaval, com desenhos de Portinari.

Do acervo do presidente José Sarney, virão a obra Espumas Flutuantes, de Castro Alves (que poderá ser vista na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho a partir do dia 8 de abril), e o 5º volume da Coleção Obras Raras – Senado Federal (esta obra deverá ser exibida em setembro, também na biblioteca).

Em complemento ao programa de exposições de obras, Pedro Paulo Sena Madureira, curador da Bienal de São Paulo, fará duas palestras sobre os temas Como ler Proust, em agosto (), e Como ler Os Sertões, de Graciliano Ramos, em outubro (). O objetivo, explica Ana Cláudia Badra, é facilitar a "leitura" do primeiro autor e, com relação ao escritor brasileiro, a imersão em uma de suas obras mais memoráveis.