Parques tecnológicos alavancam resultados para o setor de Ciência e Tecnologia


dsc_0067fiocruzA ideia de concentrar várias empresas, centros de pesquisa, laboratórios e incubadoras num mesmo espaço ou próximas – iniciativa denominada de parque tecnológico – vem tomando forma no Ceará. Trabalhando juntas, essas instituições tendem a criar um ambiente favorável à inovação tecnológica e oferecem mais oportunidades para a transformação da pesquisa em produto, aproximando centros de conhecimento (universidades, faculdades e outros locais de pesquisa) do setor produtivo.

O Ceará caminha para a instalação de seu próprio parque tecnológico, que deverá reunir um contingente considerável de instituições já fincadas no Estado e ainda receber novas. Este tem sido um dos projetos prioritários do secretário Inácio Arruda desde que assumiu a gestão da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece).

“Estamos convencidos de que o Ceará precisa ter um parque tecnológico. Atualmente, temos várias iniciativas financiadas pela Secitece e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, como o Nutec, Padetec, Redenit, Embrapa, FioCruz, que formam pequenos centros e interagem com as universidades, mas é preciso ter uma articulação maior que só a estrutura de um parque tecnológico é capaz de proporcionar”, defende Inácio.

Diversas cidades do Brasil e do mundo já adotam esse formato, pois percebem a “força” que o setor de Ciência e Tecnologia ganha. “As instituições que compõem os parques tecnológicos garantem mais velocidade em seus processos e alavancam novas parcerias, assim como permitem o envolvimento de todo o ecossistema do setor, formado por profissionais, estudantes, pesquisadores e investidores”, destaca o presidente da Câmara Setorial do Tecnologia da Informação e Comunicação (CSTIC) da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Márcio Braga.

Cenário cearense

Recursos do Fundo de Inovação Tecnológica, oriundos do tesouro estadual, deverão ser utilizados para a criação do parque tecnológico no Ceará, que receberá aporte também do MCTI para definição do projeto básico e espaços desse empreendimento e, a partir daí, ser iniciado o processo de atração das instituições.

A ideia é agregar novos pesquisadores e, principalmente, novos centros de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D de grandes empresas. “Diversas delas já desenvolvem pesquisas no Ceará, como HP, Dell, Sony e LG, só para citar algumas das companhias internacionais”, acrescenta o secretário, afirmando que o modelo do Estado não estará fincado em um único ponto, mas com braços em todos os locais do Estado.

A Secitece terá um papel fundamental para a construção desse ambiente favorável. “A nossa secretaria deve ser a indutora, a catalisadora desse desenvolvimento todo, estimular as universidades e as vinculadas – Funcap, Nutec, Centec a fazer a transferência de tecnologia. Temos instituições de ensino e pesquisa fortes e devemos agregar todo mundo. É nosso dever e obrigação trabalhar e criar no meio do próprio governo esse ambiente”, reitera Inácio Arruda.

A área da Saúde

A expansão das atividades cearenses na área da saúde, especialmente no campo da Biotecnologia, tem chamado a atenção de empresas e estudiosos de fora. Um exemplo dessas ações é a construção do polo que abrigará uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz no Ceará.

Segundo a doutora em Farmacologia e professora da Universidade Federal do Ceará Cláudia Pessoa, o Estado possui uma infraestrutura favorável que foi acompanhada do fortalecimento dos níveis de pós-graduações e uma melhor formação de recursos humanos, os quais estão aptos para serem absorvidos no mercado e gerarem pesquisa e inovação.

“No Nordeste, o Ceará está entre os primeiros estados no ranking de melhores universidades e de publicações de impacto, tendo as melhores pós-graduações, em nível de conceito, na área de saúde. Ou seja, geramos muito conhecimento, porém esses não são revertidos para saúde”, considera a professora. A criação de um parque tecnológico que agregasse todos estes esforços poderia, de fato, alavancar os resultados na área e beneficiar diretamente a população.

Desafios e oportunidades

Para o presidente do CSTIC, um novo parque tecnológico precisa não só de investimento, mas também de um modelo de gestão que o torne sustentável para evoluir ao longo do tempo. “Tão ou mais importante que o parque em si e seu impacto, é essa iniciativa estar albergada dentro de um programa mais amplo, das ações de tecnologia no Estado. Este programa deverá definir as ações de apoio ao setor, relacionar as universidades e as faculdades, identificar, divulgar e democratizar linhas de apoio, normatizar os polos que existem e, claro, regulamentar o novo parque. Para que não seja apenas a construção de um prédio ou mais uma linha de incentivo, sem maior sinergia e com baixo poder de transformação, é necessário que ele faça parte de um plano maior, de marca forte e expressão nacional”, finaliza Márcio Braga.

 Fonte: Secitece

 

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