Senado tem proposta de valorização do salário mínimo


Senado tem proposta de valorização do salário mínimoO Ministério do Planejamento divulgou uma nota, dia 3, informando que não haverá mudança na forma de cálculo do salário mínimo a partir de 2016. O ministro Nelson Barbosa afirmou, no entanto, que a proposta “requer um novo projeto de lei, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional ao longo deste ano”.

Mas no Senado já tramita, desde 12 de fevereiro do ano passado, o Projeto de Lei (PLS) 31/2014, que estende para até 2019 a política de valorização do mínimo, com base no reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e, a título de aumento real, na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. O PLS, apresentado pelo senador Inácio Arruda (CE) é também assinado pela senadora Vanessa Grazziotin (AM), ambos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Inácio Arruda discorda de quem afirma que o aumento real do salário mínimo prejudica a economia e tem impacto negativo nas contas públicas: “Esse impacto é positivo, porque 90% dos aposentados ganham o salário mínimo Se há aumento real, há a valorização das aposentadorias. E essa valorização vai para onde? Principalmente para o consumo, para alimentos”.

Inácio Arruda alertou, porém, que o salário mínimo ainda não assegura vida digna para uma família. Ele citou levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que atesta a eficácia da recuperação do valor real do salário mínimo, e questionou os especialistas que contestam essa fórmula “com fúria” por temerem descontrole nas contas públicas.

– Não haverá abalo na economia pela política um pouquinho expansionista do salário mínimo. Pelo contrário, é este salário mínimo que tem ajudado a dar certa sustança à economia brasileira – explicou.

Em 6 de agosto de 2014, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou o relatório do senador Paulo Paim (PT-RS), em reunião extraordinária, que passou a constituir o parecer favorável ao PLS 31/2014. Foi aprovada também emenda que garante aos aposentados cujo benefício supera o valor do salário mínimo um reajuste anual, tendo como base o crescimento real da remuneração média dos trabalhadores empregados no mercado de trabalho formal. O reajuste preserva o poder aquisitivo dos benefícios previdenciários de valores maiores do que o salário mínimo. A matéria, que conta com o apoio das centrais sindicais, aguarda votação na Comissão de Assuntos Econômicos.