A saudade se fez canção


Wagner Tiso e Tunai trazem a Fortaleza o espetáculo em homenagem à cantora Elis Regina. O repertório da Pimentinha foi recriado para turnê que circula o País há dois anos

A saudade se fez cançãoA cada “data redonda” que relembra sua morte, a cantora Elis Regina mobiliza uma série de homenagens. Desde 2012, quando da recordação de 30 anos da efeméride, o show “Saudade de Elis” circula pelo País comandado pelo compositor Tunai e pelo instrumentista Wagner Tiso. A partir desta quinta (11), até domingo (14), os artistas apresentam o show no espaço da Caixa Cultural Fortaleza. “Estreamos esse show no Tom Jazz, em São Paulo, depois fizemos pelo interior de lá, passando pelo Teatro Rival no Rio de Janeiro. Pela Caixa Cultural, são 18 shows no total. E sempre muito lotados”, situa Tunai, em entrevista por telefone.

A gravação de “Aparências Enganam”, composição de Tunai, foi o divisor de águas da relação entre o compositor e Elis Regina. E da própria carreira do músico. Em 2002, ele já tinha feito uma homenagem à cantora com o show “Eternamente Elis”. “Depois de 12 anos, mudaram algumas coisas. Eu fazia sozinho, e agora tem o Wagner comigo, que já é um parceiro antigo, desde a época do meu primeiro disco, em 80. Em 2010, quando fiz 30 anos de carreira, ele também participou e depois comprou a ideia do Saudade de Elis”, revela Tunai.

Tunai destaca que a revisão pelo repertório interpretado por Elis Regina inclui, inevitavelmente, canções muito conhecidas do público, como “Frisson” e “Coração de Estudante”, executadas pelo final do show. O compositor conheceu Elis Regina no final da década de 70, através do irmão João Bosco. Recentemente, ele conta que chegou a trabalhar com a cantora Maria Rita, caçula de Elis, quando a filha homenageou a mãe. Tunai chama atenção para o apelo que as músicas interpretadas por Elis Regina têm até hoje, mesmo com a renovação do público consumidor da MPB. “Ela é a maior cantora do Brasil, ainda é um sucesso danado. As pessoas cantam, participam. É maravilhoso em todo lugar que a gente vai! As músicas são atemporais. E o show prova a eternidade das canções. É muito difícil poder escolher só 19 músicas.”, diz, entusiasmado.

Era dos festivais

A carreira de Tunai é fluxo de quando ainda havia força dos festivais da canção (cujo auge fora na década de 60). Era comum, à época, um intérprete ajudar a alavancar o trabalho de variados compositores. Na opinião do compositor, este contexto mudou bastante. “É sempre bom o jovem compositor ter canções gravadas por grandes nomes. A Gal (Costa), por exemplo, ainda grava um pessoal novo. Mas a maioria dos jovens cantores estão compondo muito, então o trabalho fica mais autoral… Naquela época, gravar vinil era muito caro. Hoje em dia, não: todo mundo grava bem seu material. Antes era muito filtrado, você tinha de ser gravado por um monte de gente pra ganhar espaço”.

Mais informações:

Show “Saudade de Elis”, com Tunai e Wagner Tiso, na Caixa Cultural Fortaleza (Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema). De 11 a 14 de dezembro (quinta e sexta, às 20h; sábado, às 18 e 20h; e domingo às 19h). Preços: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Vendas antecipadas no local, das 10 às 20h.
Contato: (85) 3453.2770

Fonte: Diário do Nordeste