Jornalistas do Senado participam do Dia Mundial sem Carro


Jornalistas percorreram diferentes trajetos de casa até o trabalho, na Praça dos Três Poderes, região central de Brasília, usando ônibus, metrô e bicicleta. O repórter Rodrigo Resende fez o trajeto de sua casa, em Águas Claras, a cerca de 20 km do Congresso Nacional, combinando metrô e caminhada. Ele saiu de casa às 7h50 e levou 50 minutos para chegar ao Senado. O percurso foi registrado pelo repórter fotográfico da Agência Senado Leopoldo Silva.

– A movimentação na estação de metrô já era bastante intensa pela manhã. Mais de 140 mil pessoas usam o transporte diariamente de segunda a sexta-feira no Distrito Federal, que atende cidades satélites como  Águas Claras, Taguatinga e Guará – observou Resende, que depois de chegar à estação central do metrô percorreu a pé 2 km até a Praça dos Três Poderes.

O jornalista Ivan Godoy também deixou o carro na garagem nesta segunda-feira. Ele utilizou o ônibus para percorrer os 5 km de sua residência, na Asa Sul, até a área central da cidade. Segundo Godoy, a viagem foi tranquila e rápida. De acordo com ele, o ônibus não demorou a passar e seguiu quase vazio.

– Não posso falar por quem vive nas cidades satélites, que são áreas mais afastadas, mas na Asa Sul, que é uma área bem próxima da Esplanada de Ministérios, é uma opção vir de ônibus. Precisamos mudar a ideia de que carro representa status – disse Godoy, que chegou à parada por volta de 7h45 e 10 minutos depois já descia no ponto próximo ao Senado.

Bicicleta

Já o repórter Roberto Fragoso optou por percorrer os 7,5 km até o Palácio do Congresso Nacional nas bicicletas do Bike Brasília, serviço de empréstimo existente em várias cidades. Ele, porém, teve de andar mais de 2 km até a estação para retirada da bicicleta mais próxima de sua residência, no Sudoeste.

– A dificuldade é que o Bike Brasília ainda está em fase experimental. Portanto, ainda não tempos muitas estações em áreas residenciais – assinalou Fragoso, que apesar disso considerou a experiência positiva.

Outro que utilizou bicicleta foi o repórter Bruno Lourenço. Ele mora a 5 km do Senado e costuma usar esse tipo de transporte com frequência para se deslocar até o trabalho – uma viagem de cerca de 25 minutos.

– Hoje fiz um pequeno desvio no trajeto para encontrar colegas do Senado no Museu da República. Recomendo a todos experimentar. Quem for de bike para o trabalho não vai se arrepender – disse Lourenço, lembrando que a maior parte dos brasileiros, por opção ou não, experimenta o Dia Mundial sem Carros diariamente.

A repórter Lucyenne Landim, que também mora em Brasília, encarou o trânsito de São Paulo, considerado o mais complicado do país, e apresentou suas primeiras impressões sobre as alternativas de mobilidade urbana da cidade. Ela chegou à capital paulista no sábado e ficou impressionada com a infraestrutura do metrô local. Segundo Lucyenne, logo no início da manhã de segunda-feira já é possível notar a diferença na movimentação de pessoas em relação ao fim de semana.

– Cheguei no sábado. No fim de semana, o metrô não tem tanto movimento. Também não peguei tanto movimento de carros. Hoje o movimento aumentou – relatou.

Projeto

Durante o programa, o repórter Adriano Faria entrevistou o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor de projeto que garante isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a bicicletas e suas peças (PLS 166/2009). Segundo o senador, a proposta,  que reduziria em cerca de 10% o valor final da bicicleta, esbarra na pressão de fabricantes da Zona Franca de Manaus, que já usufruem de isenção.

– Temos com obstrução a esse projeto uma argumentação bizarra: temos uma fábrica em Manaus. Será que a população de Manaus não vai compreender que a população do país está impedida de ter isenção tributária? – questionou o senador.

Dia Mundial

O Dia Mundial sem Carro surgiu na Europa em 1997 e marca o encerramento da Semana da Mobilidade. Um dos objetivos da campanha é estimular a reflexão sobre os problemas causados pelo número crescente de automóveis nas ruas e incentivar as pessoas a experimentar formas alternativas de deslocamento. Várias cidades do Brasil e do mundo programaram atividades especiais, como passeios ciclísticos, caminhadas e gincanas.

A mobilidade urbana vem ganhando prioridade na agenda política, inclusive no Senado que, além de aprovar projetos voltados para a redução do preço da tarifa de transportes coletivo urbano, realizou audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), para discutir como melhorar o trânsito de pessoas nas grandes cidades. As ideias trazidas pelos especialistas e os projetos em discussão na Casa foram reunidos em uma das edições da revista Em Discussão!, publicação do Jornal do SenadoAcesse aqui.