BRICS estabelecem prioridades para a colaboração mútua


Documento sobre as discussões do ‘6º Fórum Acadêmico’ subsidiará reunião de Cúpula dos BRICS, que acontecerá em julho

Ao final do 6º Fórum Acadêmico, os cinco países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reafirmaram o compromisso de intensificar a colaboração mútua em torno de cinco pilares.

Na coletiva de imprensa, realizada na tarde de quarta-feira (19), no Palácio da Cidade – sede da prefeitura do Rio de Janeiro, os representantes dos países informaram que serão criados agora grupos de estudos para intensificar as ações.

Os cinco pilares foram definidos em encontros no domingo (16) e na segunda-feira (17), quando o Conselho de Thinks Tanks dos BRICSse reuniu.

Os cinco pilares são: promoção da cooperação para o crescimento econômico e o desenvolvimento; paz e segurança; justiça social; desenvolvimento sustentável e qualidade de vida; governança política e econômica, e progresso através do compartilhamento da inovação e do conhecimento.

Um documento que reafirma o compromisso com esses cinco pilares foi produzido e entregue aos sherpas (representantes diplomáticos para o tema) de cada pais para ser apresentado aos chefes de Estado na reunião de cúpula dos BRICS, que acontecerá em julho, em Fortaleza (CE).

Os grupos em cada país intensificarão agora as possibilidades de ação mútua. “Vamos identificar os problemas comuns e ver agora o que é factível para cooperarmos entre nós”, explicou o representante da Índia, HHS Viswanathan. Um banco de fomento está sendo pensado para financiar ações nos cinco países, que seguirão as diretrizes dos pilares.

“O Fórum Acadêmico aprofundou e intensificou o entendimento do que foi fixado nos cinco pilares”, completou a representante da África do Sul, Olive Shinsana.

“Apesar de os países terem estágios diferentes de desenvolvimento, existem desafios globais que são comuns. Nos dois dias do Fórum, discutimos muitas questões que são do interesse de todos”, comentou o representante da China, Yuyun Zhou.

De acordo com o coordenador do Fórum Acadêmico e chefe da delegação brasileira, Renato Baumann, diretor do Ipea, antes mesmo de os BRICS adotarem oficialmente a sigla e passarem a atuar como bloco, os países já vinham intensificando as suas relações.

De início, quando os BRICS foram criados, a estratégia era mais voltada a estabelecer um bloco conjunto capaz de pressionar a governança global. Aos poucos, porém, a agenda mudou para a identificação de problemas comuns e para o estabelecimento de ações de cooperação mútua.

Boa parte das questões comuns estabelecidas como pilares já foram tratadas durante os dois dias do Fórum Acadêmico. Um documento detalhando as discussões que aconteceram nos dez painéis durante o Fórum também será produzido, como subsídio para a reunião de Cúpula dos BRICS.

 

Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

 

,