Como observou Inácio Arruda (PCdoB-CE), o rei do baião foi “o precursor das canções de protesto”, ao gravar em 1953 a hoje clássica Vozes da Seca, parceria com Zé Dantas.
Luiz Gonzaga, no entanto, nunca aderiu a movimentos de contestação. Por isso, nos anos 1970, foi cobrado pelo filho, o então artista iniciante Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, a assumir uma postura crítica frente à ditadura militar.
Em 1981, Gonzagão estaria entre os que condenaram o atentado a bomba no Riocentro. No entanto, em 1972, havia homenageado durante um show um dos ministros da Justiça do período militar. Logo que chegou ao Rio de Janeiro, quando ainda passava o chapéu para sobreviver como cantor popular, conheceu o então estudante cearense Armando Falcão, futuro ministro da Justiça de Juscelino Kubitschek e do general Ernesto Geisel (1974—1979).