Gonzagão pôs o Nordeste no mapa do Brasil, afirma Fagner


— A nossa convivência virou uma relação de pai para filho. Foram muitas idas a Exu [terra de Gonzagão, em Pernambuco] e muitas idas à minha cidade, Orós [no Ceará]. Ele me tinha como um filho e eu o tinha como um ídolo e um pai generoso e carinhoso — afirmou Fagner, dizendo-se honrado em participar de “uma homenagem justa para um homem do povo, que botou o Nordeste no mapa do Brasil e do mundo com sua música alegre, triste, falando das causas sociais”.

Os sanfoneiros Waldonys e Chambinho do Acordeon — esse último viveu o rei do baião no filme Gonzaga, de Pai para Filho, do diretor Breno Silveira— também expressaram orgulho com a obra deixada pelo artista pernambucano.

— Todas as homenagens são merecidas e devidas, pois ele deixou um legado. Como seguidor de Gonzaga, quero abrir a possibilidade de agregar

a juventude ao baião — afirmou Chambinho, que tocou os clássicos Asa Branca e Qui nem Jiló.

Depois de executar o Hino Nacional, Waldonys apresentou uma surpresa: fez um dueto com Dominguinhos — participação especial gravada em vídeo — na música Não Vendo nem Troco.

Orquestra

Antes de o Senado iniciar a sessão especial de homenagem a Luiz Gonzaga, a obra do rei do baião foi celebrada pela Orquestra Sinfônica de Teresina (OST), no Salão Negro do Congresso Nacional, com a apresentação da Cantata Gonzaguiana.

O repertório da apresentação reuniu 13 composições do músico pernambucano, como Asa Branca, Pau de Arara e Xote das Meninas.

 

— É muito difícil definir a música feita por Luiz Gonzaga, que tem a tristeza, a ­alegria, a esperança, uma ­certa ingenuidade, a pureza, um mistério que não é explicado, mas que é, sobretudo, uma identificação imediata com o povo pobre. A música de Luiz Gonzaga é eterna, atemporal, definitiva — avaliou o solista João Cláudio Moreno.

 

A sessão em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga foi aberta pelo senador Inácio Arruda, autor do requerimento para a realização da sessão especial.