Ceará 2050: em busca do Ceará do Conhecimento


A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) realizou na manhã desta sexta-feira, 8 de dezembro, reunião de trabalho sobre o projeto Ceará 2050. O objetivo foi iniciar as discussões para o planejamento do Estado na área de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Superior para os próximos 30 anos. O projeto Ceará 2050 é coordenado pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e executado pela ASTEF – Associação Técnico-Científico Eng. Paulo de Frontin.

Participaram do evento representantes da cadeia estadual de CT&I. “Precisamos olhar adiante sem esquecer as obrigações cotidianas. Construir esse Estado inovador é o desafio para o Ceará”, afirmou o secretário Inácio Arruda na abertura do evento. Ele lembrou ainda que o Plano Estadual de Ciência e Tecnologia, que vem sendo elaborado pela Secitece por meio do programa P4R/BID, há quase um ano, poderá ser incorporado ao projeto Ceará 2050, com perspectivas de curto, médio e longo prazo.

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Para o secretário é preciso tomarmos consciência da estrutura que já existe no Estado e do potencial cearense. “Como fazer com que tudo isso resulte em atração de investimentos e empresas de alta tecnologia? Como impactar o desenvolvimento do Estado por meio de uma forte política de atração, incorporando às nossas universidades parques tecnológicos? Vamos abrir esses espaços com consciência e colocar o conhecimento para atender aos anseios da população”, disse Inácio.
O secretário executivo da Seplag, Julio Cavalcante, disse que o projeto Ceará 2050, com previsão de 15 meses de elaboração, está na sua primeira fase e irá diagnosticar a situação atual dos setores prioritários do Estado. “Queremos entender o que passamos nos últimos anos, onde estamos hoje, e criar as bases para que possamos planejar essa visão de futuro”, explicou.
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Responsável pelo desenvolvimento do projeto na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, o professor da Uece, Joaquim Celestino Junior, que já foi secretário adjunto da Secitece apresentou diversas pesquisas que estão ajudando a traçar o diagnóstico quantitativo, qualitativo e as diretrizes que nortearam o desenvolvimento da C&T no Estado nos últimos 30 anos. Os dados comparam os números do Ceará aos do Nordeste, do Brasil e do mundo.
Dentre os estudos apresentados, levamento do Ministério da Ciência e Tecnologia mostram que o Nordeste tinha 14,4% dos cursos de pós-graduação do país, percentual menor que o registrado em 2006, quando a quantidade de cursos correspondia a 18% do total.
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“Como avançar em ciência e tecnologia se não crescemos? Esse é um fator muito preocupante. Se não tivermos investimentos maciços em CTI vamos ter problemas de crescimento. Do jeito que está hoje é muito difícil sair da situação”, alerta Celestino.
Hoje, 53% dos estudantes brasileiros estão matriculados em 197 universidades. As 2004 faculdades correspondem a apenas 26,7% das matrículas da graduação.
“Não acredito que o modelo brasileiro vai comportar mais universidades públicas. A iniciativa privada e a modalidade a distancia podem ser saídas para isso”, aponta Celestino. Segundo ele, o Ensino a Distância é o que mais cresce no Brasil. “É isso que a próxima juventude pode fazer, esse é um modelo que temos que pensar pra interiorizar e atingir um publico maior”, garante.
Quando o assunto é patentes, os números também não são diferentes. “O Ceará é praticamente zero no crescimento de patentes, não há um salto. Quais são as dificuldades? Que mecanismos precisamos ter pra avançar nisso?”, indaga.
Em conjunto com os diversos atores que compõem o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, o projeto Ceará 2050 deverá buscar respostas para essas e outras perguntas mostrando como o setor pode fazer a diferença em áreas estratégicas como segurança, saúde, agricultura.
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