Aldo Rebelo cria fórum de ciência, tecnologia e inovação com governadores do Nordeste


foto1 (1)O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, reuniu-se com os governadores do Nordeste, nesta quarta-feira (20), em Brasília, para construção de uma agenda comum para o desenvolvimento da região. O secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda, representou o governador Camilo Santana na reunião.
“Temos que levar um projeto de desenvolvimento científico tecnológico e de inovação para o Nordeste como parte insubstituível de um projeto de desenvolvimento do Brasil”, disse o ministro, acrescentando a importância da construção de um roteiro que apoie um projeto de CT&I para o Nordeste integrado a um projeto de desenvolvimento da região. Aldo Rebelo ressaltou que o Ministério já possui diversas ações e programas na área com os governos dos Estados do Nordeste.

“A nossa política de nacionalização da ciência e da pesquisa já criou vínculos indissolúveis com o Nordeste, não só através do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] com financiamentos de bolsas de pesquisa, mas com a ampliação da rede ensino superior do Nordeste”, disse.

Nesta primeira reunião, estiveram presentes os governadores de Alagoas, Renan Filho (PMDB); Bahia, Rui Costa (PT); Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); e Piauí, Wellington Dias (PT). O vice-governador do Rio Grande do Norte, Fábio Dantas (PCdoB), o secretário da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda, a secretária executiva da Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba e presidenta do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), Francilene Procópio Garcia, e o secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) de Sergipe, Francisco Dantas, também participaram da reunião, representando os governadores dos seus estados.

Continuidade

Aldo reforçou que os projetos e ações a serem desenvolvidas pelo fórum precisam ter “um sentido de continuidade e permanência” e que isso só é possível com a implementação de um projeto de desenvolvimento que “ajude a enfrentar as desigualdades na região”, identificando as potencialidades e gargalos de cada Estado. “A ideia é discutir a região e depois desdobrar para cada Estado olhando as especificidades”, afirmou.

Nesse sentido, o governador do Maranhão, Flávio Dino, salientou que para superar as desigualdades regionais é preciso que a agenda “gire em torno de definição política de interesse de uma nação e não dos governadores”.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, disse ser preciso garantir recursos para a região. “Os projetos de desenvolvimento têm de estar ligados aos programas de ciência, tecnologia e inovação.” Segundo ele, um programa regional deve estar desmembrado por Estado.

O governador do Piauí, Wellington Dias, defendeu que se priorize aquilo que os Estados têm em comum. “Temos dificuldade muito grande de atuar como região”, disse. Segundo o piauiense, se for trabalhado um foco comum aos nove Estados, o investimento em uma determinada pesquisa pode aproveitar melhor os recursos. O resultado, por sua vez, terá impacto regional. “É ter uma ‘pauta Nordeste’. Uma, duas, três áreas que vamos focar até 2018”, resumiu.

Dias também apontou a necessidade de democratizar os recursos e aperfeiçoar o sistema de concessão de patentes. O governador ressaltou, ainda, a necessidade de diálogo. “O Nordeste quer dizer o que é a prioridade de quem está lá no dia a dia”, disse. Ele acrescentou que, dos pontos de vista econômico e social, algumas ações têm efeitos muito maiores para a região, o País “e às vezes até para o mundo”.

O ministro acolheu as sugestões apresentadas por Dias, reforçando que, especialmente no que diz respeito à inovação, é indispensável a mobilização do setor privado. Ele encomendou à Finep, ao CNPq e às secretarias do MCTI um levantamento sobre as ações em curso voltadas ao Nordeste e a Estados da região especificamente.

Educação

Para o governador do Alagoas, Renan Filho, investir em CT&I é fundamental para avançar com o projeto da educação nos estados da região Nordeste. “Ciência e tecnologia e inovação precisa estar presente para que haja mudança educacional”, destacou.

Já o secretário da Ciência e Tecnologia do Ceará, Inácio Arruda, disse que hoje, para permitir que o projeto nacional dê passos mais largos, é preciso haver uma forte inclusão do Nordeste. “Todos os recursos investidos estão dando impactos de retorno extraordinários”, ressaltou, citando o Porto Digital, na área de tecnologias da informação e da comunicação, em Recife.

Inácio destacou também o potencial econômico da biodiversidade da Caatinga. “A pesquisa para melhorar o sabor e a durabilidade do caju encontrou um produto que deverá ser utilizado diretamente pela indústria farmacêutica, na recuperação de tecidos humanos e óssea”, exemplificou, acrescentando que o esforço das pesquisas para o melhoramento de frutas e sucos, que é o papel da Embrapa Agroindústria Tropical (unidade com sede no Ceará), tem desenvolvido inúmeros produtos para o setor de cosméticos.

A secretária executiva da Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba, Francilene Procópio Garcia, sugeriu que o fórum dos governadores do Nordeste promova discussões em rede com pesquisadores da região. “Se a gente neste fórum pudesse discutir ações em rede aproveitando os pesquisadores que vão do Maranhão ao Estado da Bahia para que a gente montasse ações mais efetivas, a região ganharia muito mais e cada Estado individualmente”, disse.
“É fundamental que a gente olhe para este fórum, primeiro como um ambiente de diálogo de pactuação, e que a gente possa discutir ações que não só tenham impactos específicos para um Estado, mas, regionalmente falando, impacto maximizado”, afirmou Francilene Garcia.

Participantes

Acompanharam o ministro na reunião: a secretária executiva do MCTI, Emília Ribeiro; o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich; e os secretários de Política de Informática, Virgilio Almeida, de Política e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Jailson de Andrade, de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Armando Milioni, e de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Eron Bezerra.
Com informações do MCTI

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