“As universidades estaduais não podem ser vistas como despesas mas sim como investimento”, afirmou o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, durante Seminário de Articulação promovido pela Universidade Estadual do Ceará, nesta segunda-feira (06.04). O objetivo foi apresentar o quadro atual da instituição, destacando estrutura e extensão. “Esta compreensão tem que ser mudada”, disse Inácio Arruda, explicando que a universidade, além de ser uma estrutura pública, tem a capacidade de formar cidadãos. “Então seus custos têm que ser vistos como um gasto diferenciado”.
O Seminário de Articução Funece-Uece/Secitece, aconteceu no auditório da Uece e reuniu pró-reitores, coordenadores de Centro, chefes de Departamento e representantes das entidades dos professores, dos estudantes e dos funcionários. O evento foi aberto pelo reitor Jackson Sampaio, fazendo uma explanação sobre a situação atual da Uece, que conta hoje com três campi em Fortaleza e seis campi no interior do Estado, com 18.499 alunos, distribuídos nos seus 78 cursos de graduação.
Depois foi a vez dos representantes do DCE, Sinduece e Sinsesc, que reivindicam, entre outros pontos uma política estadual de assistência estudantil, mais recursos para a instituição, melhoria da estrutura física dos campi do interior, aumento de salário, a realização de concurso público para professores e servidores e o plano de cargos e carreiras. Participaram também do seminário o secretário Adjunto da Secitece, Francisco Carvalho, e o Secretário Executivo, Gilvan Paiva.
Ainda durante sua fala, o secretário explicou que, por serem Estaduais, é difícil conseguir recursos para a Uece, UVA e Urca, no Ministério da Educação. Por isso ele sugeriu a criação do Sistema Unificado de Universidades Públicas. Ele também se posicionou contrário ao corte de 20% no orçamento da Universidade, defendendo a diminuição desse percentual para 10%. “É uma parada dura. Mas já estamos dialogando com o governador sobre esse assunto”.
Mais autonomia
Inácio lembrou que o governador Camilo Santana assumiu o compromisso de realizar o concurso público para professores e servidores, cujo processo já foi encaminhado. Defendeu uma maior autonomia para as universidades públicas. “É uma insanidade, um prejuízo para o cofre estadual, toda vez que surgir uma vaga de professor ou servidor, por motivo de morte, abandono de trabalho ou aposentadoria, o governo do Estado ter que abrir um concurso público. Esta vaga não é nova, é apenas uma reposição. Então o próprio reitor poderá convocar o concurso. É assim que vamos garantir maior autonomia”.
Inácio agradeceu a oportunidade de poder dialogar com a comunidade acadêmica, disse que o Ceará tem um governador que tem disponibilidade para dialogar e que sabe ouvir. “Precisamos nos manter articulados, precisamos de muito diálogo, mas precisamos também ter resolutividade”, disse. “Vamos demonstrar para o governador Camilo a importância desta universidade para o estado do Ceará e depois garantir os meios para sua autonomia”.
No final do dia, o secretário Inácio Arruda visitou alguns setores da Uece como a Biblioteca Central, o Biotério, que ainda está em construção, o bloco do curso de Música e a Secretaria de Apoio às Tecnologias Educacionais (Sate).