Durante sessão do Senado que aprovou a indicação do economista Mário Gomes Torós para a diretoria do Banco Central, o Senador Inácio Arruda chamou a atenção para o exame aprofundado da política que vem sendo desenvolvida pelo Banco Central, tendo como meta única e absoluta a questão do controle da inflação. “Todos nós estamos de acordo em controlar a inflação. Porém, como controlar a inflação e termos metas de alcançar o desenvolvimento de forma mais acentuada no Brasil? Como controlar a inflação e não deixar que o seu controle sufoque o desenvolvimento do País? Como o controle da inflação impedir que cresça a economia?”, indagou o Senador.
O Parlamentar afirmou que um longo período de descontrole absoluto da economia brasileira fez com que o País chegasse a uma situação de taxas de juros das mais altas do mundo, mesmo atingindo um dos menores índices dessas taxas dos últimos anos. “A taxa Selic é, talvez, a menor desde que ela começou a ser medida. O problema central é que, assim mesmo, é a maior taxa de juros cobrada no mundo. Precisamos nos concentrar nessa discussão para garantirmos uma taxa de juros compatível com a nossa necessidade de desenvolvimento econômico. Esse é o problema em que o Banco Central tem de focar e que tem de tratar de resolver, com a nossa pressão e com pressão popular”, disse.
Inácio reconheceu o esforço do Governo em tentar compatibilizar as taxas de juros e sugeriu maior controle social sobre as decisões do Conselho de Política Monetária (Copom): “Talvez tenhamos de fazer, com a reunião do Copom, o que o povo faz nas ruas quando luta por moradia, por energia, quando luta para resolver seus problemas de saúde, para aumentar o salário. Quem sabe não convocamos os estudantes e os metalúrgicos também para assistirem a uma reunião do Copom?”, reiterou.