O recurso preparado para que o Plenário do Senado apreciasse o projeto que cria a cota de 40% para venda de ingressos ao preço de meia-entrada não prosperou. Dos doze senadores que haviam subscrito o recurso proposto pelo senador Inácio Arruda, cinco retiraram suas assinaturas, o que impossibilitou o prosseguimento da tramitação da matéria. No último dia 09, a proposta que limita a meia-entrada a 40% do número de ingressos de cinemas, espetáculos artísticos e eventos esportivos foi aprovada em decisão terminativa pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
Polêmica, a matéria conseguiu colocar em lados opostos estudantes e idosos, que têm o benefício da meia-entrada hoje irrestrito, e artistas e produtores culturais, favoráveis à cota.
Os artistas alegam que as regras atuais inviabilizam os espetáculos, devido ao grande número de ingressos vendidos pelo valor de meia-entrada. Já os estudantes consideram que os problemas decorrem da falsificação de carteiras estudantis e da falta de medidas de fiscalização e de punição aos fraudadores.
O senador Inácio Arruda reafirma sua posição a favor da meia-entrada para estudantes e idosos, sem cota, lembrando que a meia-entrada é resultado de uma longa batalha pelo amplo acesso aos bens culturais daquelas pessoas que não teriam condições de pagar por eles. "Criar um limite para emissão de ingressos de meia-entrada significa um retrocesso no que toca a essa importante conquista", disse o senador. Para Inácio é preciso sim, regulamentar a questão da emissão das carteiras sem, no entanto, restringir o direito dos estudantes. "Não podemos nos debruçar sobre uma matéria que, depois de longas lutas do movimento estudantil brasileiro, vai castrar o direito desses jovens. Seria um grande equívoco", concluiu.