Senador defende permanência de Cesare Battisti


O senador Inácio Arruda em pronunciamento nesta quarta-feira () no Plenário do Senado defendeu a permanência do italiano Cesare Battisti no Brasil. E disse esperar que o Supremo Tribunal Federal não aceite o pedido de extradição feito pelo governo da Itália – Battisti foi condenado em seu país pela suposta participação em quatro assassinatos, ocorridos na década de 1970: “Pessoalmente não conheço Cesare Battisti, mas sou solidário com a sua causa e tenho me empenhado com nossos colegas Senadores para que haja sensibilidade do Supremo Tribunal Federal”, disse o parlamentar, após visita aos Ministros do Supremo, que vão julgar o caso de extradição.

Inácio comparou a eventual extradição de Battisti à de Olga Benario, então esposa de Luís Carlos Prestes, que foi morta em um campo de concentração nazista: “Também foi uma decisão tomada pelo Estado brasileiro que levou para as mãos dos nazistas Olga Benário Prestes. Eu lamentaria muito se esse episódio se repetisse no Brasil”, afirmou. 

O Senador também lembrou a tentativa do governo dos Estados Unidos de deportar John Lennon e sua mulher, Yoko Ono, que incomodavam o governo americano com sua postura pacifista e de apoio aos protestos contra a guerra do Vietnan: “Assisti a um documentário que falava sobre como foram forjadas sucessivamente provas para banir John Lennon do território americano. Ele foi acusado de uso de drogas pelas forças de segurança americanas para justificar a sua deportação. Mas resistiu bravamente, pois era um pacifista, um ativista em defesa da paz no mundo e não só nos Estados Unidos. Suas músicas e versos incomodavam o império que a todos atacava e continua atacando até hoje”, declarou.

Ao apoiar o discurso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder o status de refugiado político a Battisti foi uma decisão correta tanto do ponto de vista jurídico como do humanitário.