O petista João Pedro (AM) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) foram escolhidos presidente e relator da CPI da Petrobras, instalada na tarde desta terça-feira (), no Senado. Após a votação, o Presidente eleito anunciou o nome do relator e o início dos trabalhos para o dia 6 de agosto, após o recesso parlamentar.
Segundo João Pedro, a reunião está marcada para às 10 horas, quando será analisado o plano de trabalho do relator e apreciados os requerimentos. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) foi eleito o vice-presidente.
Para o senador Inácio Arruda, membro da CPI, a base do governo agiu corretamente ao assumir os dois cargos. “A base governista tem maioria e fez valer sua maioria”, disse o senador comunista, enfatizando que “se tem maioria e não faz valer, não merece ser governo.” Ele reafirmou as palavras de Mercadante de que no governo FHC, a minoria nunca teve cargos de direção em CPI. “Nem tinha CPI, o que tinha era um Procurador da República que ficou com a alcunha de engavetador de República, em referência do ex-procurador Geraldo Brindeiro, que arquivava todas as denúncias contra o governo FHC.
Uma vez instalada a CPI, a expectativa é de que a ação da oposição seja de tentar paralisar a Petrobras. “É o que a oposição deseja, paralisar seus empreendimentos”, avalia Inácio Arruda, explicando que o alvo da CPI não é um ou outro funcionário ou projeto, mas sim a empresa, que tem responsabilidade de conduzir o maior programa de obras públicas, que é o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento): “Essa empresa que se põe na berlinda na CPI tem essa responsabilidade. A Petrobras é responsável no Governo Lula por metade dos empreendimentos do maior programa de obras na história recente do país. Quase 250 milhões de reais em investimentos – essa é a questão central”, afirma o senador, acrescentando que “o seu êxito fortalece ainda mais o Governo Lula.”
A posição da base governista é de proteger a empresa e impedir que suas obras sejam paralisadas. “Vamos investigar denúncias, os contratos, a quem beneficiou, se a própria oposição tenha sido beneficiada, ou se ocorreram irregularidades por qualquer outro motivo. Isso se corrige, mas não se deve paralisar as atividades”, adianta Inácio Arruda.
A grande cobertura da mídia ao evento chama atenção do senador. Para ele, a mídia dá amparo à oposição e segue à risca a cartilha da oposição formada pelos Democratas e PSDB: “Não é por que a CPI vai discutir uma ou outra irregularidade entre os milhares de projetos que a Petrobras executa no Brasil e no exterior que a mídia foi atraída”, diz. O sucesso do Governo Lula incomoda os ex-donos do poder absoluto do país, que eram donos do governo e do poder econômico, e querem atingir o PAC e o Presidente Lula às vésperas das eleições de 2010, quando se decidirá a sua sucessão. E a oposição conta com o apoio da mídia nesta empreitada.
Já nesta quarta-feira (), ocorreu a instalação do Conselho de Ética do Senado, da qual o Senador Inácio Arruda também faz parte como membro titular. O Conselho elegeu o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) para presidente, que ficará no comando pelos próximos dois anos. Foram dez votos favoráveis ao nome de Duque, quatro em branco e uma abstenção. A próxima reunião do conselho ficou marcada para o dia 5 de agosto.