Em homenagem ao Dia do Trabalhador e para promover um debate sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou uma audiência pública na Praça do Ferreira, nesta sexta-feira (30). O debate foi proposto pela vereadora Eliana Gomes (PCdoB).
De acordo com a vereadora a redução da jornada traz muitos benefícios para os trabalhadores e em especial na vida das mulheres ela destaca o papel de ter mais tempo para a família. “No caso das mulheres, a redução da jornada ganha um caráter feminista que pode contribuir para que as trabalhadoras com carga horária formal menor tenham mais tempo para estudar, se divertir, militar politicamente e cuidar de sua própria saúde”, afirmou.
O senador Inácio Arruda, autor da PEC 231/95, quando ainda era deputado federal, destacou que a redução da jornada de trabalho é uma demanda histórica dos trabalhadores que unifica o movimento sindical brasileiro. “Sua adoção não significa apenas mais tempo livre para o trabalhador, mas, sobretudo, a abertura de outras oportunidades no mercado de trabalho”, ressaltou o senador. Inácio lembrou ainda que com mais tempo livre as pessoas se qualificam mais.
“Teremos tempo para estudar e o Brasil vai se desenvolver cada vez mais”, ressaltou.
O presidente da Câmara, vereador Salmito Filho (PT), que coordenou os trabalhos na audiência, definiu a redução como uma questão de cidadania. “É a garantia de uma sociedade mais plena e igualitária” informou. Outro ponto salientado durante o debate foi a mobilização da sociedade na luta pela redução. O presidente Salmito colocou a Câmara como veículo de discussão com a população, e se dispôs a realizar novas audiências.
Na ocasião o representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar, fez uma apresentação sobre os reflexos da aprovação da PEC 231, dentre eles, a geração de emprego, trabalhadores mais saudáveis e a redução da taxa de exploração da classe trabalhadora.
Estiveram presentes o deputado Lula Morais (PCdoB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), além da população que passava pela praça e aderiu ao debate.