As captações financeiras feitas pela Petrobras nos primeiros cinco meses deste ano, que somaram US$ 31 bilhões considerando a taxa de câmbio de R$ 2, poderão financiar os investimentos da estatal petrolífera em um prazo entre dois e cinco anos, dependendo do comportamento do preço internacional do petróleo.
Em entrevista à Agência Estado na sexta-feira passada (dia 26), o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, revelou que a empresa trabalha com dois tipos de cenário, de maior e menor nível de estresse no mercado: "É muito difícil fazer projeção. Estamos trabalhando com duas curvas de preço. Uma que chamamos de curva de estresse, prevê US$ 37 (como preço de referência do barril de petróleo)para este ano; US$ 40 para 2010, e US$ 45 para 2011.
E outra, que dá uma média de US$ 65. Se o preço do petróleo ficar nesta curva mais baixa, o que nós captamos dá para financiar dois anos de nosso investimento. Se o preço fica mais próximo dos US$ 65, com os US$ 31 bilhões financiamos cinco anos. Então, dependendo do preço do petróleo, o que captamos já é suficiente para financiar dois ou cinco anos", afirmou o executivo.
Deve sair nos próximos dias a liberação de um financiamento de R$ 25 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Petrobras, que será feito por meio de transferência de títulos do Tesouro Nacional. De acordo com Gabrielli, o repasse será feito integralmente e não em parcelas, como chegou a ser cogitado. "Vamos pegar tudo de uma vez.
Vamos ajustando e vamos jogar no mercado conforme for preciso", esclareceu. Este é o maior aporte de todas as captações feitas até agora, que foram detalhadas da seguinte forma pelo presidente da Petrobras: "Captamos – usando como taxa de câmbio R$ 2 – US$ 12,5 bi do BNDES, US$ 10 bi da China, US$ 6,5 bi de um sindicato de bancos e US$ 2 bilhões do US Eximbank".
Para Gabrielli, estes recursos já estão "de bom tamanho" para o nível de investimentos da companhia, mas não descartou novas idas ao mercado: "Se tivermos oportunidade, faremos", comentou.