O depoimento de Hugo Chicaroni, preso na terça-feira durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, motivou o novo pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, nesta quinta-feira, segundo o Ministério Público Federal.
Em nota divulgada na tarde de hoje, o procurador Rodrigo De Grandis explica que reiterou o pedido de prisão após "tomar ciência oficialmente" do depoimento de Chicaroni à PF e do resultado da busca e apreensão realizada na residência dele e na de Dantas na terça-feira.
Segundo a Procuradoria, Chicaroni detalhou no depoimento os preparativos da tentativa de suborno de um delegado federal para que o nome de Dantas e de integrantes da sua família fosse retirado de um inquérito da PF sobre supostas operações ilícitas.
"Para o Ministério Público Federal, no entanto, diante do resultado da operação, não havia mais o que esperar, uma vez que na casa de Chicaroni no dia em que a Operação Satiagraha foi deflagrada a Polícia Federal apreendeu R$ 1,28 milhão. Além disso, em depoimento à Polícia Federal, na presença de seu advogado, Chicaroni detalhou os preparativos da corrupção", diz o procurador na nota.
Segundo a denúncia, o dinheiro teria sido oferecido ao delegado federal Vitor Hugo Rodrigues Alves por dois emissários de Dantas: Chicaroni e Humberto José da Rocha Braz –também conhecido por Guga–, assessor de Dantas e ex-diretor da Brasil Telecom, empresa que pertenceu ao grupo Opportunity.
O advogado Nélio Machado, que defende Dantas, nega a tentativa de suborno. "Sobre esse assunto [a tentativa de suborno] eu não tenho nenhum conhecimento de nenhum procedimento do senhor Humberto Braz de nenhuma tentativa que ele tenha feito com quem quer que seja", disse o advogado em entrevista coletiva hoje à tarde.
Chicaroni continua preso na carceragem da PF. Dantas havia deixado a prisão na madrugada de hoje após ter conseguido um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal). Porém, a Justiça Federal decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva do banqueiro, segundo informou o ministro da Justiça, Tarso Genro.
O banqueiro, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta foram presos na terça-feira durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Após a determinação que havia beneficiado Dantas, Nahas e Pitta pediram ao Supremo a extensão da decisão.