O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quinta-feira que as duas explosões ocorridas em La Paz podem ser um indício de violência eleitoral.
Durante uma coletiva de imprensa, Morales acusou a direita e a oposição do país pelos ataques.
“Temos informações de que esses atentados vieram do lado da oposição, da direita, dos neoliberais”, disse o presidente, sem especificar a quem estaria se referindo.
O presidente afirmou ainda que um grupo criminoso formado por cidadãos peruanos teria armas com mira telescópica e não descartou que eles poderiam ter sido contratados para cometer os atentados.
Segundo Morales, os opositores estariam conduzindo atos violentos porque “não se sentem capazes de enfrentá-lo nas eleições de dezembro”.
“È lamentável que não se sintam capazes para definir isso democraticamente”, disse Morales.
Clique Leia na BBC: Duas bombas enviadas por envelope explodem em La Paz
Ataques
Na quarta-feira, duas bombas enviadas por envelope explodiram na cidade de La Paz, deixando sete pessoas feridas.
Os dois explosivos foram enviados em para dois endereços diferentes. A primeira bomba explodiu dentro do escritório de uma construtora e deixou dois bombeiros feridos. O segundo envelope foi enviado para o líder sindical Fidel Surco, que apóia o governo do presidente Evo Morales. A bomba explodiu no escritório de um dos sindicatos de Transportes.
As acusações de Morales foram feitas depois que a polícia desbaratou um suposto grupo criminoso que tinha peruanos como membros.
De acordo com o presidente, o grupo tinha como objetivo “atentar contra vidas humanas para gerar violência no país”.
O presidente acredita que os peruanos teriam sido “treinados por gente do exterior, não somente dos Estados Unidos”.
Morales afirmou que eles teriam sido contratados para cometer atos violentos, mas não indicou se eles seriam os autores dos atentados da quarta-feira.
O mandatário não deu mais detalhes sobre esse grupo e afirmou que o caso ainda está em investigação.
Surco
A explosão no sindicato dos Transportes feriu a mulher de Surco, Armonia Colque, que foi internada no hospital Arco Iris, de La Paz.
Surco atribuiu os ataques a “assassinos de aluguel, contratados por pessoas que apenas prejudicam o país, que querem dividir a Bolívia”.
Dessa forma, o líder sindical se referiu aos governantes e empresários da região opositora de Santa Cruz.
Foi nessa região que, em abril de 2008, a polícia desarticulou um grupo de supostos separatistas considerados “terroristas”.
No ano passado, Surco liderou um protesto que pretendia cercar a cidade de Snta Cruz. Segundo ele, desde então vem recebendo ameaças de morte.
Eleições
O presidente boliviano convocou uma coletiva de imprensa para “condenar e repudiar” os atentados.
Durante o encontro, Morales fez uma retrospectiva de todos os incidentes com explosivos e armas registrados desde que ele assumiu o poder, em 2006.
O presidente citou diversos ataques que, segundo ele, seriam ações de grupos internos e externos da direita que “buscam parar o processo de mudança”.
Durante essa semana, os opositores estão definindo suas candidaturas.
Apesar de todos afirmarem que a única forma de enfrentar Morales seria criar uma frente única, a oposição ainda não chegou a um acordo.
Morales acusou ainda os opositores de tentarem impedir as eleições, agendadas para dezembro.
O ministério das Relações Exteriores da Argentina informou, nesta quinta-feira, que "anulou as funções" da embaixadora de Honduras no país, Carmen Eleonora Ortez Williams.
A informação foi divulgada em um comunicado emitido pelo ministério.
Na nota, o governo afirma que a decisão foi tomada após um "pedido do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, derrocado por um golpe de Estado", em 28 de junho.
"A chancelaria exigiu o fim das funções da embaixadora hondurenha em Buenos Aires pelo apoio público que a diplomata demonstrou ao governo interino de Roberto Micheletti", afirmou o comunicado.
Assessores do ministério disseram à BBC Brasil que Williams foi notificada no último dia 8 de agosto de que “não seria mais reconhecida” como embaixadora de Honduras.
A expectativa do governo é que ela deixe o país nos próximos dias.
Pedido
Na nota, o Ministério das Relações Exteriores informa que pedido de Zelaya foi feito durante um encontro com o chanceler argentino no último fim de semana em Quito, no Equador.
"O chanceler determinou assim a imediata notificação da embaixadora", diz o comunicado.
Segundo o ministério, as relações diplomáticas entre Argentina e Honduras passarão a ser feitas através da embaixada de Honduras nos Estados Unidos – um pedido feito pela chanceler hondurenha, do governo de Zelaya, Patrícia Rodas.
Expulsão
A decisão do governo foi interpretada pelos principais jornais do país como a "expulsão" da diplomata.
"O governo expulsou a embaixadora de Honduras do país", publicou o La Nación, em sua edição online.
Já o Clarín, também em sua edição online afirmou que “o governo exige que a embaixadora de Honduras saia do país”.