Milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades da Colômbia contra o projeto de reforma da Educação superior proposto pelo governo do país. A manifestação foi organizada por estudantes, professores, reitores e servidores do setor. Até o momento, não foram registrados episódios de violência ou confrontos. Esta é a primeira grande manifestação popular contra a administração do presidente Juan Manuel Santos. As informações são dos jornais locais El Tiempo e El Espectador.
A proposta de reforma da educação, apresentada duas semanas atrás pelo governo, desagrada aos estudantes e professores porque prevê a "entrada de capital privado nas universidades públicas" sob a justificativa de aumentar o número de vagas. Para os críticos da proposta, trata-se de uma medida que visa à privatização do ensino público no país.
Além de protestos contra a reforma, os manifestantes também reivindicam melhores condições salariais e condições de trabalho. De acordo com reportagem da revista colombiana Semana, o sindicato da categoria deve apresentar dez propostas concretas. A principal delas é o aumento salarial de 3 pontos acima do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) para 2011, e de 5 pontos nos próximos anos para os professores. Pedem também melhorias no sistema de pensão e de saúde, incluindo assistência para aqueles que apresentam doenças ocupacionais.
Outra demanda dos sindicalistas é a segurança. Desde o início do governo Santos, 25 líderes do movimento foram assassinados. Só neste ano, foram cinco mortes.
Participam dos protestos mais de cem organizações, algumas fora do setor educacional. Durante as passeatas, se uniram aos manifestantes membros de sindicatos de trabalhadores e funcionários de grandes empresas colombianas.
A principal concentração de manifestantes ocorre na capital Bogotá, onde várias manifestações dispersas se reuniram na Plaza de Toros Santamaría, para depois seguirem em direção à Praça Bolívar, no centro da cidade. Os protestos também foram concorridos em Medellín, Cáli, Bucaramanga, Pereira e Neiva. Os protestos afetaram o trânsito nessas cidades, já que, em algumas ruas, a circulação de veículos foi proibida, informou o jornal.
“A saúde é um direito, não um negócio”; “As universidades públicas não são empresas”; “Exigimos equidade social e aumentos dignos” são alguns dos slogans impressos em cartazes ou ecoados pelos manifestantes. Alguns estudantes participaram dos protestos disfarçados e seguravam um caixão.
Anteriormente, o ministro da Defesa colombiano, Rodrigo Rivera, alertou para a possibilidade de que membros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e de paramilitares se infiltrassem nas passeatas.