Milhares de pessoas tomaram parte de uma manifestação pacífica em Damasco, na Síria, contra um ataque americano contra um vilarejo sírio, que, segundo o governo do país, deixou oito mortos há quatro dias.
A embaixada americana em Damasco fechou suas portas nesta quinta-feira enquanto milhares de pessoas se reuniam na praça Youssef al-Azmi, no centro da capital síria, segundo a correspondente da BBC em Damasco Natalia Antelava.
Muitos dos manifestantes – entre eles estudantes e funcionários públicos – levavam cartazes com fotos do presidente Bashar al-Assad e faixas de protesto afirmando que o ataque americano foi um ato de terrorismo.
O Departamento de Estado americano e a Casa Branca não fizeram comentários a respeito do suposto ataque no vilarejo, que fica na região de Abu Kamal, a oito quilômetros da fronteira com o Iraque.
Entretanto, fontes militares americanas disseram na terça-feira que o alvo do ataque era o líder de uma rede que tem envolvimento com a Al-Qaeda, que facilitava a passagem de combatentes estrangeiros para o Iraque.
Pedido de desculpas
O governo sírio exigiu um pedido de desculpas formal de Washington e quer uma investigação da ONU para a alegação americana de que o ataque tinha como alvo o suposto líder da envolvida com a Al-Qaeda.
Segundo a correspondente da BBC, ainda não está claro até onde o governo da Síria estaria disposto a ir para conseguir o pedido de desculpas.
Em Damasco, a tropa de choque da polícia, com cassetete e escudos, cercou a embaixada americana, que foi fechada por medida de segurança.
A embaixada informou que iria fechar suas portas na quinta-feira devido "a manifestações anteriores que resultaram em violência e danos significativos a instalações americanas e outras embaixadas".
A embaixada também informou que uma escola americana iria fechar temporariamente e pediu que cidadãos americanos evitem a área.
\’Sem justificativa\’
Fontes militares dos Estados Unidos afirmaram que o ataque há quatro dias perto da fronteira com o Iraque teria matado Abu Ghadiya, um ex-tenente de Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque, que foi morto em 2006.
Os Estados Unidos responsabilizam Ghadiya por levar milhares de combatentes ao Iraque pela fronteira síria.
O ministro do Exterior sírio, Walid Muallem, nega as acusações americanas, acrescentando que são "totalmente sem justificativa".
Muallem afirmou que o ataque há quatro dias foi uma "tentativa de crime de guerra".
O Iraque também condenou o ataque, que ainda não foi confirmado.