O presidente Lula repetiu para os dirigentes do PCdoB, com quem se reuniu no final da tarde desta segunda-feira (), o que vem dizendo no contato com os demais partidos. “A conversa girou muito em torno da questão da coalizão que está se formando e esse desafio do desenvolvimento”, disse o presidente do partido, Renato Rabelo, que esteve na audiência na companhia do deputado Renildo Calheiros (PE) e do secretário de Organização do Partido, Walter Sorrentindo.
O Presidente Lula, que destacou a relação de grande confiança que mantém com o PCdoB, com quem está aliado desde a campanha de 1989, conversou sobre todos os assuntos que estão na pauta política, mas não tocou no assunto da ocupação de cargos. Renato Rabelo acredita que “ele quer completar a discussão sobre coalizão para entrar na questão de cargos”.
Sobre a Presidência da Câmara, o dirigente comunista disse que ele deixou claro que “uma coisa é governo, outra coisa é Presidência da Câmara”, mas adiantou que “tem um candidato de sua preferência”, acrescentou Rabelo, ele mesmo sem querer se estender no assunto.
Na avaliação do dirigente comunista, “ele queria um apoio a isso que ele está fazendo – formar um governo de coalizão e destravar a economia para o País se desenvolver no mínimo 5%”.
Idéias convergentes
Renato Rabelo disse ao Presidente Lula que “essa idéia converge com o nosso pensamento. Essa preocupação dele tem grande aproximação com o que o Partido pensa”, destacando que “essa idéia de coalizão partiu da gente, o PCdoB já pensava nisso, mas uma coalizão com base em uma plataforma que todos concordem”.
Com a autoridade de quem vem se “batendo” nesse ponto de discussão, os líderes comunistas insistiram com o Presidente Lula da necessidade do desenvolvimento, e lembraram que “o compromisso de desenvolver o país requer investimento na ordem de 25%”. Os investimentos hoje estão abaixo de 19%.
“Ele disse estar convencido de que é necessário nós destravarmos a economia – questão que ele mais persegue”, contou Rabelo. Segundo ele ainda, “a medida que ele mais acentua é a questão de investir mais nas estatais para ficar fora do superávit, tirar os investimentos das estatais fora do superávit”. Disse ainda que os investimentos vão começar na área de infra-estrutura.
Adiantando-se ao líder comunista, o próprio Lula admitiu que “os partidos que vêm com ele há mais tempo – PT, PSB e PCdoB – deveriam estar mais unidos e mais próximos”.
O Presidente Lula também repetiu para os dirigentes comunistas o que vem se tornando uma marca na relação entre ele e o PCdoB. Renato Rabelo não disfarçou o orgulho quando contou que “o discurso introdutório – a primeira intervenção dele – é de destaque à lealdade do PCdoB, que nos momentos difíceis, sempre contou com o PCdoB, e que é um Partido que merece toda confiança”.