“A questão da Siderúrgica (Ceará Steel), a quebra do contrato do fornecimento de gás pela Petrobras não se resume ao preço do insumo, mas trata-se de uma guerra industrial, de uma guerra empresarial”. A observação é do coordenador da bancada cearense na Câmara dos Deputados, o deputado federal e senador eleito, Inácio Arruda.
Ele fez uma alusão velada a uma disputa comercial em que estariam envolvidas duas grandes siderúgicas nacionais, no caso a Gerdau e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
A revelação do parlamentar foi abordada pelo Diário do Nordeste, em matéria publicada no último dia 23 de novembro. “Há um debate, uma guerra de bastidores entre eles. Não sei se o que estamos discutindo (o preço do gás) é interessante para os quatro parceiros (Petrobras, Dongkuk, Danielli e Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)”, alertou.
Para Arruda, a vinda de uma siderúrgica alimentada a gás estaria gerando conflitos no setor. Conforme avalia, “a discussão política é garantir que o gás chegue até a siderúrgica. O preço deve ser discutido entre as partes”. Ele pediu cautela nas críticas à estatal e advertiu que “a Petrobras não é algoz, mas uma grande parceira”. Ele lembrou que a companhia é uma maiores contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Ceará e que o Estado ainda pode vir a ser parceiro da estatal em outros projetos importantes para o futuro da economia do Ceará.
Ele citou a possibilidade do desenvolvimento de empreendimentos conjuntos como as plantas de naftênicos (utilizados na produção de PVC), de parafínicos (utilizado no isolamento elétrico e resfriamento de equipamentos elétricos) e o terminal de regaseificação do Porto do Pecém, fundamentais para a viabilização econômica do complexo industrial e portuário. No entanto, um dos objetivos da unidade de regaseificação era justamente viabilizar o fornecimento de gás para a Ceará Steel.
Apesar das dificuldades da negociação, Arruda garantiu que a ministra da Casa Civil, Dilma Rouseff, assegurou empenho no processo, mas não revelou quando irá se reunir com ela para debater a questão. Esse encontro já foi marcado, mas por três vezes foi adiado pela ministra.