Inácio Arruda registra falecimento do jornalista Blanchard Girão


O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) registrou em Plenário, nesta quinta-feira (), o falecimento do humanista, jornalista e escritor José Blanchard Girão, ocorrido está semana na cidade de Aquiraz, no Ceará.
Inácio Arruda lembrou que Blanchard Girão foi testemunha dos principais acontecimentos da história recente do país, tendo sido protagonista de episódios marcantes na luta pela democratização.


Blanchard Girão foi editor-chefe dos jornais O Povo e JD (Jornal do Dorian) e articulista nos últimos anos dos jornais O Povo e O Estado de S. Paulo.


Da obra literária de Blanchard Girão, Inácio Arruda destacou os livros de memória O Liceu e O Bonde na Paisagem Sentimental da Fortaleza Província.



Segue discurso na íntegra:


Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna do Senado Federal para fazer um registro que considero muito importante para o povo do meu Estado, o Ceará.
Faleceu, no último dia 25, o humanista, jornalista e escritor José Blanchard Girão Ribeiro, aos 77 anos.
Blanchard Girão testemunhou os principais acontecimentos da história recente do País. Em sua trajetória, foi protagonista de episódios marcantes na luta pela democratização e pela liberdade.
Nascido no Município de Acaraú, Blanchard veio ainda menino para Fortaleza, onde, aos 14 anos, iniciou sua carreira no jornalismo, como revisor, no extinto jornal Gazeta de Notícias, tendo percorrido as principais redações de jornais cearenses. Atuou também como publicitário e radialista, tendo dirigido a rádio Dragão do Mar desde a sua fundação, em 1958, até eleger-se Deputado Estadual, quatro anos depois, tendo seu mandato cassado pela ditadura militar, em 1964.
É importante esse registro, porque Blanchard era um homem de idéias avançadas, progressistas e de convicções. Era um homem, digamos, à frente do seu tempo. Blanchard Girão não foi cassado porque se envolveu em algum episódio que pudesse manchar a sua trajetória. Ao contrário, foi cassado porque era um defensor da democracia, da liberdade, do desenvolvimento, porque queria o progresso do País, do nosso Estado, da nossa região, do Nordeste brasileiro.
Como jornalista, exerceu as funções de revisor, repórter, redator, chefiou diversas vezes editorias e chegou ao cargo de editor-chefe de O Povo. Também foi editor do Jornal do Dórian, o JD. Nos últimos anos, era articulista dos jornais O Povo e O Estado.
Na vida pública, além de ocupar uma cadeira na Assembléia Legislativa do Ceará, foi diretor-superintendente da Televisão Educativa (TVE), hoje TVC, Subsecretário de Cultura e Desporto e, por último, Assessor de Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho – 7ª Região, até o final de 2006.
Sempre presente esteve Blanchard ao lado dos socialistas, dos comunistas, dos democratas. Mesmo sem filiação partidária há quatro décadas, era sempre um militante. Não houve uma causa, um movimento da vida política do nosso Estado em que não estivesse Blanchard Girão.
Na literatura, Blanchard se destacou, por ter escrito livros de memória, entre os quais, O Liceu e o Bonde na Paisagem Sentimental da Fortaleza Província. Atualmente, mantinha uma coluna de resenhas literárias no jornal O Estado. Em O Povo, escrevia com freqüência sobre temas da atualidade. Nos últimos meses, estava trabalhando na produção de mais um livro, sobre a presença americana no Ceará, na Segunda Guerra Mundial.


Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro, nesta data, nos Anais do Senado Federal, a homenagem dos comunistas a este grande humanista, democrata, socialista, progressista, talentoso brasileiro, que nasceu e viveu nas terras do Ceará, José Blanchard Girão Ribeiro.


Um abraço, Sr. Presidente.
Muito obrigado.