Homenagem


A segunda edição do Festival de Cinema de Triunfo homenageia três nomes que se destacam no cenário audiovisual no Brasil: o ator Tuca Andrada, o cineasta Rosemberg Cariry e o montador e editor de áudio Severino Dadá.

De acordo com a coordenadora de Audiovisual da Fundação Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Carla Francine, a escolha desses nomes se deu pela importância e contribuição dada por eles ao cinema nacional. “Rosemberg e Dadá representam uma geração de mais antiga, que passa os conhecimentos aos mais novos, como Tuca Andrada”, explicou.

Confira abaixo, a trajetória dos homenageados.

Rosemberg Cariry

Filósofo de formação, cineasta por vocação, Antônio Rosemberg de Moura, Rosemberg Cariry, começou sua produção cinematográfica em 1975, com documentários de curta metragem sobre artistas populares e manifestações artísticas do Ceará, estado onde nasceu. Na década de 80 realizou os seus primeiros filmes documentários profissionais. Em 1986, realizou seu primeiro filme de longa metragem A Irmandade da Santa Cruz do Deserto, desde então não parou. Trabalhando na TV e no cinema, tendo dirigido os longas A Saga do Guerreiro Alumioso (), Corisco e Dada (), Cine Tapuia (), Patativa do Assaré – Ave Poesia () que lhe renderam vários prêmios no Brasil e no exterior, e Siri-Ará (), premiado no 41º Festival de Brasília.

Além de cineasta, Rosemberg também têm forte veia política, já tendo passado por cargos de gestão pública, entre eles o de Secretário de Cultura do Crato (CE), onde implantou o Projeto de Revitalização de Favelas através da cultura e das artes populares, criou o Parque Histórico do Caldeirão, e produziu o I Encontro das Culturas Populares do Nordeste.

Em 2009 Cariry foi eleito presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema. O 2º Festival de Cinema de Triunfo homenageia Rosemberg Cariry pelo conjunto da sua obra cinematográfica e pelo reconhecimento à sua notória contribuição à valorização da cultura popular tradicional nordestina.

Severino Dadá

Severino de Oliveira Souza, ou Severino Dada, é um dos principais e mais criativos montadores e editores de som do cinema brasileiro. Pernambucano, sertanejo, natural de Pedra, trabalhou em mais de 300 filmes entre longas, curtas e média-metragens para o cinema nacional e internacional, ao lado de diretores consagrados como Nélson Pereira dos Santos, Rosemberg Cariry e Neville de Almeida. Entre 1958 e 1968, trabalhou como radialista em Pernambuco. Em 1969, iniciou sua carreira cinematográfica, desempenhando diversas funções técnicas. A partir de 1973 dedicou-se à montagem e edição de som. Nas décadas de 70, 80 e 90, Dadá participou da resistência política e cultural trabalhando em filmes ligados às lutas e manifestações artísticas populares e à defesa das questões indígenas e afro-brasileiras.

Durante a retomada do cinema brasileiro, montou dois longas-metragens no ano de 1996: O Lado Certo da Vida Errada, de Octávio Bezerra, e Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry. Dadá atuou em vários gêneros cinematográficos, transitando do cinema marginal à pornochanchada, o que lhe rendeu inúmeros prêmios no país, e o transformou numa figura histórica do cinema nacional, apelidado de “Cangaceiro da Moviola”. Por tantos motivos o 2º Festival de Cinema de Triunfo homenageia o montador e cineasta pela grande contribuição ao cinema nacional.

Tuca Andrada

José Ivaldo Gomes de Andrade Filho, o Tuca Andrada, nasceu no Recife, onde começou a carreira de ator no teatro. Em 1989 estreou no cinema no curta O Crime da Imagem, de Lírio Ferreira. Desde então, paralela à carreira no teatro, participou de inúmeros filmes, os curtas-metragens foram: Dedicatórias (); Simião Martiniano: O Camelô do Cinema (); Não me condenes antes que me explique (); The Big Shit (); A Visita (); Bala Perdida () e Mulheres do Brasil ().

Também integrou o elenco dos longas-metragens Super Xuxa Contra Baixo Astral() Quem Matou Pixote? (); Doces Poderes (); Guerra de Canudos (); Lara (); Vida e Obra de Ramiro Miguez () e As Três Marias (). Desde 1990 atua na TV em novelas, tendo integrado o elenco de Mico-Preto, O Dono do Mundo, Fera Ferida, As Pupilas do Senhor Reitor, Vira-Lata, O Amor está no Ar, Era Uma Vez, Suave Veneno, Porto dos Milagres, As Filhas da Mãe, Sabor da Paixão, Da Cor do Pecado e Cidadão Brasileiro. Participou também da minissérie Anos Rebeldes, 1992. Em 1996, foi premiado no Festival de Cinema de Cartagena – Colômbia como melhor ator coadjuvante pelo filme Quem Matou Pixote.

Em 1991, recebeu o Prêmio SATED/RJ como ator revelação em televisão pela novela O Dono do Mundo. Em 2009, Tuca é um dos protagonistas da novela Poder Paralelo, da Rede Record, e continua em cartaz com o espetáculo O Processo. Pela grande contribuição ao audiovisual nacional homenageamos esse grande ator.