Grupo de Trabalho dos Biocombustíveis discute tecnologia para motores


Até o fim de dezembro o projeto que cria o marco regulatório dos Biocombustíveis deve ser apresentado pela Comissão de Infraestrutura. Nesta quarta-feira () os Senadores do grupo de Trabalho destinado a esse fim, coordenado pelo Senador Inácio Arruda, discutiram em audiência pública a tecnologia de motores e a distribuição dos biocombustíveis para regular o setor.

O engenheiro Laerte Graner, representante da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) abriu os debates. Ele destacou que há 28 anos a indústria automobilística tem apoiado a pesquisa com biocombustíveis. O setor, segundo ele, se expandiu a partir de 2003, quando os veículos flex passaram a ser produzidos pelas montadoras. O engenheiro ressaltou que o uso dos biocombustíveis garante ao Brasil uma matriz energética mais limpa: “ É extremamente importante que esse biodiesel a ser adicionado no diesel tenha que estar dentro de especificações para que tenhamos um produto  de qualidade”, disse.

O Senador Inácio Arruda alertou que hoje um dos grandes entraves para a produção de biocombustíveis ainda é a questão do preço. Ele questionou sobre a possibilidade de diminuir as cadeias intermediárias que separam o produto do consumidor final. O vice-Presidente Executivo do Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificadores (Sindicom), Alísio Jaques Vaz, disse que o Brasil possui um modelo com características peculiares de distribuição pelas suas dimensões continentais e que essa estrutura de distribuição tem assegurado eficácia no atendimento: “Autorizar pequenos produtores a oferecerem diretamente ao mercado provocará dificuldade de fiscalização. A competição é facilmente desequilibrada por fatores externos”, afirmou. 

A reunião também tratou do programa de modernização da frota no sentido de retirar de circulação os veículos que possuam mais de 30 anos de uso. O Senador Inácio Arruda quis saber se a retirada de caminhões antigos impactaria mais a indústria ou autônomos e pequenas empresas que se utilizam deles. O Diretor Executivo da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Bruno Batista, esclareceu que apenas as grandes empresas, que tem acesso ao crédito e volume de capital, conseguem adquirir veículos grandes, pelo alto custo. “ Os autônomos, necessariamente, estão excluídos desse processo de compra, por várias dificuldades como acesso ao crédito”, afirmou.

Ao término da audiência, o Senador Inácio Arruda informou que dia 02 de dezembro haverá mais uma rodada de debates.  O grupo de trabalho vai preparar uma proposta de marco regulatório para o setor, que será submetida à Comissão de Infraestrutura e posteriomente transformada em um projeto de lei de autoria da Comissão.