Com o objetivo de aumentar o acesso de empreendedores informais, empreendedores individuais e microempresários às linhas de crédito, o Governo Federal lançou ontem um novo Programa de Microcrédito Orientado (Crescer).
Quatro bancos públicos vão oferecer financiamentos de até R$ 15 mil por operação com juros 86% mais baixos que a média do mercado.
As taxas, que antes giravam em torno de 5% ao mês, agora vão cair para 8% ao ano. Os empreendedores não precisarão oferecer garantias e pagarão apenas 1% de taxa de abertura de crédito, ao invés de 3%, como é cobrado anteriormente.
A expectativa do governo federal é que mais de 3,4 milhões de clientes sejam beneficiados com o programa até o fim de 2013, quando os bancos públicos participantes – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia – devem disponibilizar R$ 4,7 bilhões em linhas de crédito.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Tesouro Nacional fará uma equalização das taxas que poderá chegar a R$ 500 milhões por ano. Dados do governo mostram que as taxas de juros praticadas hoje no mercado chegam a até 60% ao ano. O ministro explicou que o objetivo é elevar o padrão de vida da população e a geração de emprego no País.
“Vamos dar oportunidade de novos negócios e estimular o empreendedorismo. Esse programa pode dar a porta de saída dos programas do ‘Brasil sem Miséria’”.
Excassez de crédito
Mantega disse que o Brasil sempre foi um País com escassez de crédito para atividades econômicas. Porém, nos últimos anos, disse ele, o governo expandiu o crédito, passando de R$ 420 milhões, em 2003, para R$ 1,850 trilhão em julho de 2011. O ministro também destacou o processo de bancarização que ocorreu no Brasil nos últimos anos, dando acesso à população de baixa renda.
Segundo ele, 84 milhões de pessoas tinham acesso aos bancos em 2005 e passou para 118 milhões, agora. “São famílias de baixa renda”, disse. Ele destacou também a criação do crédito consignado no Brasil, mas afirmou que ainda há muita coisa a ser feita na área do crédito, principalmente para o segmento mais pobre.
Durante o evento, a presidente Dilma assinou uma Medida Provisória que autoriza a União a conceder a subvenção econômica sob a forma de equalização das taxas de juros. O aporte do Governo será da ordem de R$ 843 milhões até 2013. Durante o evento, a presidente mandou recado para os bancos privados para que outras instituições também passem a oferecer linhas nas condições do Crescer.
“Hoje estamos ampliando a escala desses recursos, transformando o microcrédito em um instrumento que vai ser de fato uma das alavancas do crescimento econômico e da distribuição de renda no Brasil”, afirmou a presidente Dilma Rousseff. (das agências)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Para estimular a participação dos bancos privados, o Tesouro garantirá a equalização das taxas de juros para as instituições.O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixará em 2% dos depósitos à vista a exigibilidade de aplicação de recursos.