Farc esperaram orientações do governo colombiano para libertar reféns


Os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reiteraram hoje que estão dispostos a libertar os reféns Pablo Emilio Moncayo e Josué Calvo, e que esperam apenas "os protolocos de segurança" do governo para a realização da operação.

Em um comunicado, divulgado pela Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol), o grupo diz que "mesmo com as intensas operações militares e com todas as manobras dilatórias do governo, estamos prontos para libertar o cabo Moncayo e o soldado Calvo".

A guerrilha ressalta ainda que Calvo "continua doente e que permanentemente está sendo carregado pelos guerrilheiros devido ao seu precário estado de saúde, o que dimensiona os riscos para ele e para nossas unidades".

As Farc também dizem que o governo de Álvaro Uribe deve publicar "os textos com os protocolos de segurança", para que as operações sejam concretizadas.

"O governo deve terminar com a sua campanha de desinformação e publicar os protocolos para começar rapidamente a fase de libertação", sugerem os guerrilheiros, que ainda retomam o pedido pela participação da senadora Piedad Córdoba nos resgates.

Córdoba, que é adversária política de Uribe, lidera a organização civil Colombianos pela Paz e já participou de ações semelhantes, nas quais as Farc libertaram de forma unilateral outros reféns com peso político.

A libertação de Calvo e Moncayo foi anunciada abril do ano passado, quando a guerrilha também prometeu entregar os restos do capitão Julián Guevara, morto em cativeiro. Em troca, o grupo pediu o corpo de Raúl Reyes, um dos altos comandantes da guerrilha morto pelo Exército colombiano em 1º de março de 2008, e de Ivan Ríos, assassinado uma semana depois.

Na semana passada, o comissário do governo da Colômbia para a paz, Frank Pearl, disse acreditar que as libertações ocorram depois das eleições legislativas locais, marcadas para o próximo domingo.