A desoneração da produção foi o item do pacote de incentivo à indústria, anunciado na última segunda-feira, mais comemorado pelos setores exportadores do Ceará. O incentivo ao investimento na modernização do processo produtivo foi outra medida bem recebida principalmente pelos empresários dos ramos de Tecnologia da Informação (TI), de calçados e de confecções.
Para o presidente do Instituto Titan, Lenardo de Castro, a saída para a perda de competitividade – fruto da desvalorização do dólar – é a desoneração de toda a cadeia produtiva. "A nossa produção é toda feita pelas pessoas, por isso é extremamente importante que essa desoneração seja feita logo. Porém, ainda precisamos aguardar a regulamentação", afirma. O aumento da disponibilidade de recursos para a inovação também afeta positivamente a atividade "desde que a taxa de juros seja atrativa", como ressalta.
O diretor financeiro do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro e Região (Sindindústria), Antonio Mendonça, diz que o pacote de medidas do Governo vai beneficiar tanto as empresas que exportam como as que vendem para o mercado interno. "O custo da produção sempre foi um gargalo para nós. Mais dinheiro no setor produtivo para investimentos em tecnologia e em capital de giro também vão servir como motivação", avalia.
Segundo ele, o Fundo Soberano, também anunciado no último dia 12, vai impactar positivamente para a indústria calçadista e de confecções porque vai dar estabilidade para quem exporta. "Ele vai dar garantia de recebimento do que foi acordado no contrato. O que acontece é que hoje a gente faz o negócio em dólar, mas só recebe daqui a 60 dias e o valor fica defasado por causa da desvalorização do câmbio".
Para o setor de frutas, a desoneração também é uma boa notícia, como garante o presidente do Sindicato dos Produtores de Frutas do Ceará (Sindifrutas), Euvaldo Bringel. Entretanto, Bringel considera as medidas do Governo muito tímidas e diz que não haverá impacto muito grande na fruticultura.
Já a presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis do Ceará (Sinditêxtil), Verônica Perdigão, acha que ainda é cedo para fazer diagnósticos sobre as medidas anunciadas. "O pacote foi lançado mas ainda falta o detalhamento. A partir do momento em que o Governo se mostra disposto a rever os entraves é positivo, mas a real concretização nós só vamos saber depois, por isso vamos aguardar os próximos acontecimentos", pondera.