Evo Morales promete nacionalizar setor energético e ferrovias


O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje que pretende em breve nacionalizar a gestão das ferrovias e as empresas de geração de energia que operam no país. O mandatário explicou que as atividades dos dois setores só não voltaram ainda para as mãos dos Estados "por falta de recursos" para manter o fluxo de investimentos.

"É necessário ter recursos para fazer a obra e seguir trabalhando. O que outros governos privatizaram em 20 anos não pode ser nacionalizado em três", disse Morales, que discursou na região de Chapare, seu reduto político e principal pólo produtor de coca do país.

O presidente afirmou que aguarda a formação de uma nova Assembleia Legislativa (Congresso), o que ocorrerá nas eleições gerais marcadas para dezembro, "para aprovar muitas leis necessárias" ao processo de mudança política que seu governo leva adiante.

Ao falar sobre o pleito, no qual ele concorrerá à reeleição, Morales demonstrou otimismo. Ele disse ter pesquisas "particulares" que lhe dão 62% das intenções de voto. No Senado, se a eleição fosse hoje, o presidente ressaltou que a bancada governista ficaria com 26 das 36 cadeiras. Hoje, a casa é controlada pela oposição.

As empresas de geração de energia que operam na Bolívia são controladas pelos grupos norte-americanos Energy Initiatives, Dominion Energy e Constellation Energy. Já a gestão das ferrovias cabe à companhia chilena Cruz Blanca.