EUA matam quase 100 guatemaltecos em testes médicos


Quase uma centena de pessoas morreu na Guatemala entre 1946 e 1948 em consequência de testes clínicos efetuados por cientistas norte-americanos com cinco mil pacientes, confirmou nesta terça (30) uma comissão estatal.

 

 
O Comitê Presidencial para o Estudo de Assuntos de Bioética reconheceu que os indivíduos – soldados, doentes mentais, prostitutas e presidiários – nunca foram informados sobre a natureza das provas nem deram permissão para os experimentos.
 
 
Articulistas na Guatemala compararam esta ação de profissionais norte-americanos com a dos médicos nazistas que praticaram atividades parecidas com judeus, ciganos, homossexuais e pacientes neuropsiquiátricos durante a 2ª Guerra Mundial.
 
 
O cientista Stephen Hauser admitiu ter conhecimento de que pelos menos 83 sujeitos morreram devido a reações que tiveram direta ou indiretamente relacionadas com estes estudos.
 
 
Muitas destas pessoas, a maioria pertencentes a grupos sociais especialmente vulneráveis, passaram por tratamento por meio dos quais receberam vírus de doenças venéreas como sífilis e gonorreia, descobriram os pesquisadores.
 
 
O escândalo saiu à luz primeiramente em outubro de 2010, depois de uma indagação desenvolvida por um grupo de médicos norte-americanos vinculados aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, sigla em inglês).
 
 
Diante do fato, o governo do presidente Barack Obama, através de sua secretária de Estado, Hillary Clinton, tentou desculpar-se diante das autoridades do país centro-americano e explicou que foram ensaios para provar a eficácia da penicilina.