A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira projeto de autoria do Senador Inácio Arruda que denomina Senador Luiz Carlos Prestes o espaço localizado no Anexo II do Senado Federal, que dá acesso às Alas Senador Tancredo Neves e Senador Teotônio Vilela, onde se localizam gabinetes de Senadores.
Pelo espaço circulam diariamente parlamentares, funcionários, jornalistas e visitantes do Senado. Atualmente, nele está instalada uma exposição sobre a vida do escritor brasileiro Machado de Assis. Inácio explica que o uso do espaço possui uma simbologia que se identifica com os ideais políticos de Prestes: “Dentro do Senado, esse espaço é um ponto de convergência e de distribuição de pessoas, tal como as praças em qualquer cidade, espaços abertos a todos para a convivência social e para a circulação de pessoas, sem qualquer espécie de discriminação e de cerceamento”, explicou. “Essa homenagem consagra um dos ex-parlamentares que mais se identificaram com a construção de um país livre, voltado para a integração de seus membros, por meio do rompimento de qualquer forma de desigualdade e em benefício da plena convivência e do bem-estar social”, disse o Senador. Aprovada na Comissão de Educação, a matéria será apreciada pela Mesa Diretora do Senado.
Luiz Carlos Prestes foi uma das personalidades mais marcantes da história brasileira, até hoje reverenciada por suas atividades políticas e militares, caracterizadas pelo nacionalismo e pela defesa das camadas sociais oprimidas.
Comandou, no Rio Grande do Sul, o Movimento Tenentista, revolta conduzida por um grupo de oficiais que pretendia levantar a população contra o poder da oligarquia governante e exigir reformas políticas e sociais, e mais tarde, a chamada “Coluna Invicta”, uma legião de civis e militares que, durante 29 meses, entre 1925 e 1927, a pé e a cavalo, percorreu cerca de 25 mil quilômetros do interior do Brasil, pregando reformas políticas e sociais e combatendo os governos Arthur Bernardes e, posteriormente, Washington Luís.
Em 1945, Prestes foi eleito Senador pelo PCB com 157.397 votos e obtendo a maior votação proporcional da história política brasileira até então. Com mandato de 1946 a 1951, atuou no Legislativo por pouco tempo, somente até o registro do partido ser cassado, em 1947. Teve sua prisão decretada, o que o obrigou a permanecer novamente na clandestinidade, até 1958, quando foi revogada a punição.