Pesquisadores brasileiros publicaram, no Boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo “A redução da desigualdade socioeconômica na desnutrição infantil: a experiência brasileira (-2007)”. O objetivo é demonstrar como a desnutrição infantil no Brasil recuou, principalmente nos últimos anos, quando políticas de distribuição de renda foram implementadas, junto com a oferta de serviços de saúde, educação e saneamento básico, entre outros.
Os números das pesquisas indicam os padrões de crescimento que balizam a taxa de desnutrição infantil segundo a OMS: se em 1974-75 o Brasil tinha 37,1% das crianças nessa situação, em 1989 o indicador foi para 19,9%; em 1996, para 13,5%; e em 2006-07, caiu para 7,1%, numa redução de cerca de 80% em 33 anos.
A prioridade dada pelo governo brasileiro, nos últimos anos, ao combate à fome e à pobreza, se mostra eficaz não apenas na diminuição da desnutrição infantil, como na redução das disparidades socioeconômicas e no crescimento da qualidade de vida, em comparação com os 30 anos anteriores.
Publicado em inglês, o estudo explica detidamente a metodologia empregada em pesquisas que remontam os anos 1970 e avaliam, a partir de medidas de peso e altura, as taxas de crescimento de crianças até 5 anos idade.
Constata, por exemplo, que a superação dos níveis de desnutrição se dá particularmente no período entre 1996 e 2007, quando os índices relativos a crianças de famílias pobres e ricas convergem à medida que crescem o poder de compra, o acesso à educação, saúde, água e saneamento básico.
Integram o grupo que assina o trabalho os professores e especialistas Carlos Augusto Monteiro, Maria Helena d’Aquino Benicio, Wolney Lisboa Conde, Silvia Konno, Ana Lucia Lovadino, Aluísio J. D. Barros e Cesar Gomes Victora.