CPI das ONG´s ouve reitor da UnB


Os promotores do Ministério Público do Distrito Federal Gladaniel Palmeira de Carvalho e Ricardo Antônio de Souza foram ouvidos nesta terça-feira () na CPI das ONGs sobre as investigações em curso envolvendo a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).

Segundo Gladaniel, o Ministério Público encontrou irregularidades não somente na Finatec, mas também nas outras quatro fundações de apoio ligadas à UnB. Entre as principais falhas, estão: desenvolvimento de atividades empresariais no âmbito dessas fundações; remuneração indireta e irregular de docentes contratados com dedicação exclusiva; utilização das fundações para burlar o princípio da legislação; subcontratação de empresas para executar serviços que deveriam ser prestados pelas fundações; e aplicação de recursos em atividades estranhas às de pesquisa e extensão universitária. Já o promotor Ricardo Antônio de Souza explicou que o MP está fiscalizando as fundações de apoio para que elas não utilizem mais mecanismos ilegais.

O reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland, também foi ouvido ontem pela Comissão. Ele afirmou que os recursos destinados pela Finatec à reforma e decoração do apartamento funcional em que morava e aquisição do automóvel que utilizava são originários do fundo de apoio institucional. Esse fundo é formado por uma porcentagem dos contratos de serviços firmados pela fundação com outros parceiros.

Esse montante, que não é específico para a pesquisa científica, pode ser aplicado como a UnB achar conveniente, já que cabe às fundações o suporte “para que as finalidades da UnB sejam cumpridas” – e, segundo o reitor, faz parte desse apoio o pagamento de pequenas despesas do “dia-a-dia”.

Nesta quarta-feira a CPI deve ouvir Jorge Lorenzetti, ex-dirigente da Unitrabalho e o atual presidente da instituição, Arquimedes Ciloni.