A Corte Suprema de Justiça de Honduras retardou em mais uma semana seu pronunciamento sobre a restituição do presidente Constitucional, Manuel Zelaya, a 11 dias de que se realizem as polêmicas eleições.
O pleno da Corte realizou sessão nesta quarta-feira, por seis horas em regime privado, para decidir a nomeação de uma comissão de cinco magistrados que elaborarão um parecer para que seja votado pelo pleno do tribunal possivelmente no próximo dia 18 de novembro.
O Congresso hondurenho pediu opiniões não vinculantes da Corte Suprema e da Promotoria Geral para decidir se Zelaya pode voltar ou não à presidência, ponto principal dos acordos assinados no 30 de outubro passado entre os representantes do chefe do regime de fato, Roberto Micheletti, e dos delegados de Zelaya, sob o aval da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Governo dos Estados Unidos.
A máxima autoridade da justiça na nação centro-americana, decidiu atrasar sua resposta a apenas 11 dias das questionadas eleições do próximo dia 29, o que minimiza ainda mais o tempo para que os deputados façam uma possível análise do acordo Tegucigalpa/San José, que deveria pôr fim à crise em Honduras.
Os integrantes tanto da Corte Suprema como do Congresso são considerados pela resistência hondurenha como atores principais da conspiração que terminou derrubando o presidente Zelaya no último dia 28 de junho por parte das Forças Armadas Militares.
"Não se pode dar uma opinião às presas, se deve analisar devidamente pela importância do assunto", disse à agência de notícias Reuters Danilo Izaguirre, porta-voz do máximo tribunal.
Enquanto isso, o presidente do Congresso, José Alfredo Saavedra, indicou que convocará a sessão plenária para votar sobre a restituição de Zelaya "ao dia seguinte" de ter em seu poder as opiniões da Corte Suprema e da Promotoria.