Conferência do Clima


O ministro do Meio Ambiente da Inglaterra, Hilary Benn, elogiou hoje a iniciativa brasileira de apresentar uma meta tida como ousada para a Conferência do Clima em Copenhague (Dinamarca) no próximo mês. Em visita ao Brasil, o ministro britânico afirmou que a proposta, de diminuir a expectativa de emissões em 39% até 2020, serve de encorajamento para outros países, inclusive o Reino Unido.

No entanto, Benn não quis se comprometer com a possibilidade de seu país também levar a Copenhague uma meta ambiciosa. "O Reino Unido e a Europa tem uma meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 20% até 2020. A possibilidade de irmos até 30% vai depender das negociações de Copenhague e do que os demais países apresentarem", afirmou.

Estudos feitos até hoje apontam para a necessidade de uma redução das emissões de carbono em pelo menos 40% para que a temperatura da Terra se eleve em apenas dois graus. No entanto, nenhum dos países desenvolvidos até agora chegou nem mesmo perto disso.

Benn justificou a posição britânica explicando que a meta de 20% é um corte real, com base em número de emissões de 1990, enquanto a brasileira é uma redução do que o Brasil poderia emitir se continuasse sem tomar medidas – o chamado "Business as Usual". "Claro que Brasil e Grã-Bretanha partem de posições muito diferentes", reconheceu.

O ministro, no entanto, cobrou que todos os países levem a Copenhague algum tipo de proposta. "Todos tem que fazer a sua contribuição possível. Nós vamos precisar de todas as contribuições possíveis", afirmou.

Benn se disse "otimista" em relação ao encontro de Copenhague, mesmo com as recentes declarações de China e Estados Unidos apontando a necessidade de mais um ano para um acordo legal – posição depois revista no encontro entre Barack Obama e Hu Jintao em Pequim. "Acredito que houve uma certa confusão aí. O presidente Obama já disse que acredita em um acordo que seja implementado. Ninguém vai apresentar metas para não cumpri-las. O documento final, com as determinações legais, pode levar mais tempo", afirmou.