Cine Ceará 2009


Embalada pelos maiores sucessos de Humberto Teixeira, platéia se emociona, acompanha cantando e aplaude calorosamente O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira, concorrente ao troféu Mucuripe no 19º Cine Ceará.
 
Mas não foi só o longa-metragem que caiu no gosto dos espectadores na noite deste domingo, 2/8. A cerimônia foi marcada por arroubos emocionais desde o início.
 
Primeiro, quando Paulo Linhares entregou o Troféu Eusélio Oliveira para Conceição Senna, um dos nomes mais importantes do cinema nacional. Emocionada, a atriz afirmou que o prêmio a enchia de orgulho porque acompanhou de perto o movimento cinematográfico no Ceará, quando do sonho, da luta e da implantação  do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
 
Conceição contou que a maior alegria de sua vida foi quando estava em Cuba, recebeu a notícia de que quatro cearenses, sertanejos como ela, haviam sido selecionados para frequentar a escola de San Antonio de Los Banhos em Cuba. Entre eles o diretor-geral do Cine Ceará, o cineasta Wolney Oliveira. Por fim, a estrela baiana de 72 anos dedicou o prêmio aos inúmeros alunos de artes cênicas que formou e à Cuba, na pessoa de Susana Molina, vive-presidente do ICAIC – Instituto Cubano de Arte e Industria Cinematográficos. “Susana, leve meu amor à Cuba. Cuba está no meu coração e me ensinou coisas lindas. Uma palavra que eu guardo do períoodo em que estive lá: a solidariedade”, disse sendo interrompida por aplausos.
 
Depois, subiram ao palco os representantes dos filmes da mostra competitiva brasileira de curta-metragem e mostra competitiva ibero-americana de longa-metragem: Vida Vertiginosa, de Luiz Carlos Lacerda; Bolívia te Extraño, de Dallani Lima e Jocélio Batista; Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos, Os Sapatos de Aristeu, de Renê Guerra e O Homem que engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira.
 
No palco, o cearense Dellani Lima se declarou “filhote do Dragão do Mar”. Se disse emocionado por apresentar seu curta no cine São Luis, onde viu todos os títulos que o formaram como cinéfilo e no festival, do qual não participava há 11 anos.
 
Quando usou da palavra, o cineasta Lírio Ferreira, que rodou seu longa no Ceará, incentivou a platéia: “podem cantar à vontade”, disse se referindo a sucessos como Asa Branca, Que nem jiló e Baião, entre tantos sucessos de Humberto Teixeira imortalizados por seu parceiro mais constante, Luiz Gonzaga.

O público não só acatou a sugestão do cineasta como também aplaudiu em cena aberta as participações de depoentes do longa. Personalidades como Nonato Luiz, Patativa do Assaré, Sivuca, Bebel Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Cordel do Fogo Encantado, Elba Ramalho, Forró In The Dark, Gilberto Gil, Lenine, Maria Bethânia, Miho Hatori, Os Mutantes, Otto, Raimundo Fagner, Wagner Tiso, Zeca Pagodinho, Senador Inácio Arruda, Gal Costa, Maria Bethânia, Raul Seixas e até David Byrne, que surge em vários momentos do filme e num deles, interpreta Asa Branca usando um típico chapéu de cangaceiro.

Produtora do longa metragem, Denise Dummont, filha de Humberto Teixeira, agradeceu ao festival pela possibilidade de “trazer o homem de volta pra casa e para a terra onde nasceu a amou até morrer”.
 
A programação do 19º Cine Ceara segue, 3/8 com o Seminário Internacional de Cinema de Animação, Pitching Globo Filmes para os pré-selecionados pelo edital nacional Cine Ceará/Globo Filmes, Encontro com produtores LACT Latin American Training Center e CQS Escritório Cesnik,Quintino & Salinas Advogados em palestras: Novos Modelos de Negócios no Audiovisual, por Steve Solot e Mecanismos de Financiamento ao audiovisual no Brasil, por Fábio Cesnick. Também estão na programação a sequencia da Mostra Ibero-Americana de Cinema de Animação, o lançamento do livro Incentivos Fiscais para a produção e a co-produção Audiovisual na Ibero-América, Canadá e Estados Unidos”, coordenado por Steve Solot.
 
Já a mostra competitiva de curtas e longas-metragens exibe a partir das 19h30, no Centro Cultural SESC Luiz Severiano Ribeiro, os curtas Nordeste B, de Mirela Kruel, Superbarroco, de Renata Pinheiro e os longas O Pequeno Burguês – filosofia de vida, de Edu Mansur e À Deriva, de Heitor Dhalia.