China e UE reforçam parceria e focam em clima e economia


China e União Europeia (UE) manifestaram-se nesta segunda-feira empenhadas em aprofundar a cooperação sobre as principais questões globais, da recuperação econômica às alterações climáticas, reforçando a sua "parceria estratégica".

"A União Europeia e a China nunca estiveram multilateralmente tão envolvidas como agora", disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, no final da cúpula China-UE, em Nanjing, leste da China.

Durão Barroso afirmou que "o pior momento" da crise econômica global "já passou", mas apelou à continua "coordenação de esforços" entre a China e a UE para "manter uma recuperação sustentada".

O presidente da Comissão Europeia realçou que as "pressões" suscitadas pelas crise "não mudaram a determinação da UE em manter os seus mercados abertos" e "não houve um colapso do consumo interno".

"Esta foi a mais importante contribuição da União Europeia para a recuperação (atual)", acrescentou.

Durão Barroso congratulou-se também com o crescimento econômico que a China deverá conseguir este ano (cerca de 8%), afirmando que isso "é uma boa noticia para toda a economia global".

"O desenvolvimento da cooperação econômica e do comércio entre a China e a União Europeia contribuirá para uma recuperação firme e uma duradoura prosperidade da economia global", disse o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

A União Europeia é o principal parceiro comercial da China, com um volume de transações que em 2008 somou cerca de 326 bilhões de euros, e tem também mais de 30.000 projetos de investimento naquele pais.

A cúpula China-UE, de um dia, contou também com a participação do primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, o país que detém a presidência da UE até o final do ano.

Durão Barroso descreveu as conversações com Wen Jiabao como "abertas, francas e amigáveis", mas quanto ao combate às alterações climáticas salientou que "é necessário trabalhar mais com todos os parceiros, incluindo a China, para fazer da conferência de Copenhague um sucesso".

A Conferência de Copenhague, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de governo, começa na próxima segunda-feira.

"É um desafio para toda a humanidade enfrentar a ameaça das mudanças climáticas (…) O esforço global que está em cima da mesa não é suficiente", disse o primeiro-ministro sueco.

A China anunciou quinta-feira que, até 2020, irá reduzir a intensidade das emissões de dióxido de carbono por unidade do Produto Interno Bruto (PIB) em 40% a 45% em relação aos níveis de 2005. Trata-se de uma redução relacionada com o crescimento da economia, e não com o montante global das emissões.

A UE já saudou a iniciativa chinesa, mas aparentemente os 27 esperavam mais.

"Não podemos resolver este desafio sem a China participar na solução e assumir as suas responsabilidades", afirmou Fredrik Reinfeldt.