Brasil e França


Os presidentes do Brasil e da França assinaram nesta terça-feira mais de 10 acordos em diferentes áreas, com destaque para a militar, e consideraram como histórico o fortalecimento da parceria bilateral.

"Hoje é um dia histórico na relação entre França e Brasil. Na área de defesa, estamos a dar um salto tecnológico necessário para reestruturar as Forças Armadas e implementar a Estratégia Nacional de Defesa (lançada na semana passada pelo Governo brasileiro)", disse Lula. "Um Brasil poderoso será um elemento de estabilidade para o mundo todo", salientou, por sua vez, o presidente francês Nicolas Sarkozy.

O acordo assinado entre os dois países na área de defesa engloba a aquisição pelo Brasil de quatro submarinos convencionais franceses – os Scorpènes, o desenvolvimento de um submarino nuclear, a construção de um estaleiro e de uma base para submarinos nucleares no Rio de Janeiro, além da compra de 50 helicópteros de transporte EC-725.

"É uma nova etapa na Marinha. Nós estamos perseguindo a construção de um submarino de propulsão nuclear desde há 30 anos e este sonho está ser concretizado hoje", afirmou à Agência Lusa o comandante da Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto.

O oficial não revelou os valores do contrato de longa duração ( anos), mas fontes militares informaram à Lusa que o acordo na área naval envolve cerca de 6,5 milhões de euros e contará com financiamentos externos.

A parceria estratégica entre Brasil e França poderá incluir também a aquisição de 16 a 36 caças supersônicos numa primeira etapa.

As análises técnicas da Aeronáutica sobre os três modelos que disputam a concorrência os Rafale da França, os FA-18 Hornet, da norte-americana Boeing e o Gripen da sueca Saab deverão estar concluídas em julho de 2009.

Segundo fontes da Força Aérea, cada caça varia de US$ 70 milhões a US$ 120 milhões e a aquisição implicará em transferência de tecnologia para o Brasil.

Outros acordos que merecem destaque referem-se a parcerias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a criação de um centro franco-brasileiro sobre a biodiversidade amazônica e a cooperação na luta contra o garimpo ilegal de ouro na região da Guiana Francesa.

Os dois países fortalecerão ainda a parceria na área nuclear, espacial, comercial, cultural, de biocombustíveis e na promoção de ambas as línguas.