ANP investe R$16,5 mi para buscar petróleo e gás


Ceará e Pernambuco estão recebendo estudos exploratórios para identificação de petróleo e gás. Ao todos, os dois estados estão recebendo investimentos de R$ 16,5 milhões para identificação das riquezas. Os investimentos são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e fazem parte do Plano Plurianual de Estudos Geológicos e Geofísicos.

Segundo a ANP, estão em andamento análises geoquímicas de duas mil amostras na Bacia do Araripe (CE e PE) que representam investimentos de R$ 3,8 milhões e análises de mil amostras (piston core) na Bacia do Ceará (R$ 12,7 milhões).

Na Bacia do Ceará existem dois blocos exploratórios concedidos à Petrobras. Já na Bacia Potiguar existem 36 blocos exploratórios sob concessão. Novas licitações não estão marcadas.

Levantamentos com testemunhador piston core têm diversas vantagens em relação a outras técnicas de geoquímica de superfície.

Segundo especialistas, além de ser uma das técnicas de melhor relação custo-benefício, os sedimentos contêm material de hidrocarbonetos suficiente para realizar análises geoquímicas convencionais capazes de identificar as propriedades do óleo, maturidade térmica e o tipo de rocha geradora.

Na ordem do dia

Os debates sobre a possibilidade de existência de petróleo e óleo na bacia do Araripe é antiga e algumas pesquisas começaram antes mesmo da existência da ANP, que foi criada em 1993. Em junho de 2009, o senador Inácio Arruda colocou esse debate na ordem do dia e levou a Juazeiro do Norte o próprio diretor geral da ANP, Haroldo Lima, para tratar sobre assunto com professores e estudantes da Universidade Regional do Cariri (URCA), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET) – campus de Juazeiro do Norte.

Durante o debate, que aconteceu no auditório da URCA, ele informou que as bacias do Ceará e Araripe já haviam sido incluídas no Plano Plurianual de Geografia e Geofísica da ANP, com investimentos da ordem de R$ 25 milhões, previstos ainda para 2009. Já Haroldo Lima, anunciou na ocasião, a ampliação da área de estudos na região, explicando que, a exemplo de Souza, na Paraíba, onde fizeram estudos preliminares e atualmente já está em plena produção, o Cariri também mostrou potencial em análises prévias, realizadas ainda no período em que a Petrobras era responsável pelos estudos. “A bacia do Araripe está localizada numa área bastante sedimentada e pouco explorada. Não podemos ficar interessados só na idéia de grandes mananciais. Temos que entender que o setor de petróleo pode ser grande, pequeno e médio. Todos dão bastante lucro”, disse.

Agora as pesquisas vão ser realmente iniciadas, com previsão de termino para depois de seis meses após o inicio dos trabalhos. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Ipex, Giovanni Toniatti, os trabalhos estão em fase de definição, juntamente com a ANP, de quais serão os pontos onde serão coletadas 2.000 amostras de solo, com as quais serão feitas análises laboratoriais e interpretação de dados geoquímicos. "Este estudo visa à identificação de possíveis acumulações de hidrocarbonetos em superfície e a delimitação de áreas com maior atratividade exploratória", informa a ANP. Ao todo, uma área de 7.500 quilômetros quadrados será estudada.