Anistia Internacional reclama de Violações de Direitos Humanos de Diretos


A Anistia Internacional (AI) disse ser "grave" a situação na Colômbia, que sofre com o aumento no número de homicídios e com as "distorções" da realidade promovidas pelo governo do presidente Álvaro Uribe.

O governo colombiano está dando "uma versão muito otimista" sobre a preservação dos direitos humanos; "há cada vez mais registros de ataques contra ativistas sociais e de homicídios cometidos por forças de segurança", declarou a AI.

O diretor do organismo na Espanha, Esteban Beltrán, apresentou hoje em Madri o relatório "Deixem-nos em paz. A população civil, vítima do conflito armado interno na Colômbia", no qual grupos guerrilheiros são acusados de "continuar com ameaças, assassinatos, seqüestros e colocação de minas terrestres".

Beltrán apresentou o documento junto com o pesquisador do secretariado internacional da AI para a Colômbia, Marcelo Pollack, e a defensora colombiana dos Direitos Humanos, Nancy Fiallo, que foi para Madri depois de ter sido ameaçada em seu país.

Durante a divulgação do relatório, Beltrán afirmou que a posição do governo espanhol é de "total respaldo ao presidente Uribe, que tem uma influência enorme em relação às posturas adotadas pela União Européia.

O diretor da AI também lamentou que a Espanha continue vendendo armas à Colômbia, que em 2007 representaram 16 milhões de euros para o país europeu.

De acordo com o documento, no ano passado foram assassinados pelo menos 1.400 civis, sendo 300 homicídios promovidos por grupos paramilitares, 330 por forças de segurança e 260 por grupos guerrilheiros.

Beltrán lembrou ainda que, nos últimos 20 anos, cerca de quatro milhões de colombianos foram obrigados a abandonar seus lares.
"A Colômbia tem o segundo maior índice mundial de pessoas que foram expulsas de suas casas, ficando atrás somente do Sudão", completou.