Cérebro e sua capacidade de reestruturação são destaque na aula magna da pós-graduação da UFC


 

A plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade de o cérebro se modificar e se reestruturar ao longo da vida foi o mote da aula magna da pós-graduação da Universidade Federal do Ceará, realizada na manhã de sexta-feira (2), no auditório do Centro de Ciências, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra.

O palestrante foi o Prof. Fernando Cendes (Unicamp e McGill University), referência em neurociência, que explicou sobre a importância de se conhecer melhor os mecanismos dessa plasticidade a fim de se avançar em técnicas de reabilitação.

O evento contou com as presenças do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Antônio Gomes, e do secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado, Inácio Arruda. O Secretário aproveitou a oportunidade para informar que, nos próximos dias, o Governo do Ceará deverá anunciar um aporte de R$ 2 bilhões destinados à área científica e de inovação para os próximos 10 anos. O vice-reitor da UFC, Prof. Custódio Almeida, também participou da aula magna.

Ao contrário do que se acreditava no passado, o cérebro pode se alterar em função das experiências do indivíduo. Cendes exemplificou que se alguém começa a treinar determinada atividade com frequência, desenvolvendo nova habilidade, há uma mudança na estrutura cerebral, com aumento da substância cinzenta, aumento da árvore de dendritos (prolongamento dos neurônios), estabelecimento de novas conexões neurais. Essa seria a boa plasticidade.

Por outro lado, pessoas que têm crises de epilepsia severas e frequentes também sofrem alterações na rede neural, ocasionando a chamada plasticidade deletéria. Nesse casos, o cérebro pode ativar determinadas áreas para compensar o mau funcionamento de outras ‒ o que, consequentemente, também acarreta uma reestruturação do órgão.

“Existe plasticidade no cérebro de um adulto, e compreender melhor isso é fundamental para a reabilitação. Precisamos entender as vias que podem ser modificadas e como modificá-las”, explicou Cendes.

O neurocientista falou ainda sobre outros aspectos do funcionamento do órgão. Ele explicou, por exemplo, que ao assistir a um filme no cinema ou na televisão, o indivíduo ativa áreas cerebrais em função de algumas ações de personagens na tela. Isso justifica, por exemplo, a vontade de comer quando um personagem está comendo, ou o coração acelerado em uma cena de tensão.

Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC

 

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