Um espetáculo que conduz o público pela sucessão de universos e emoções presentes no famoso conto “O Barba Azul”, de Charles Perraut. A peça “O Medo Azul”, encenada na próxima sexta-feira (10), às 12 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza, encerra a temporada comemorativa de 40 anos de carreira do ator, escritor e dramaturgo, radicado em Portugal, José Caldas. A programação é gratuita e aberta ao público.
A apresentação incorpora intertextos dos irmãos Grimm, que contam igualmente com o personagem, e os contos tradicionais “O Barba Ruiva”, da França, e “O Colhereiro”, de Portugal, transparecendo a universalidade do mito e dotando o espetáculo de densidade dramática.
A poética da encenação explora as técnicas do José Caldas contador de histórias, ou seja, como um só ator pode dar voz e imagem à multiplicidade de personagens e ao papel central de narrador? Representar, alternativamente, Barba Azul, sua esposa, sua irmã, seus irmãos, e conseguir tornar sensíveis os planos emotivos que se entrecruzam na história.
O “Medo Azul” também será encenado no dia 09, às 18 horas, no auditório do campus da Liberdade da Unilab (Avenida da Abolição, 03, em Redenção-CE), oportunidade em que haverá debate sobre movimentos teatrais no contexto da lusofonia.
A programação em comemoração aos 40 anos da carreira de José Caldas inclui ainda a peça “Acende a noite”, a ser encenada no próximo dia 08, às 14 horas, no miniauditório Iran Raupp do IFCE (Avenida Treze de Maio, 2081 – Benfica). A apresentação será seguida de debate sobre a carreira do artista e sobre o cenário teatral em Portugal.
Carreira
Nascido no Brasil, Caldas estudou teatro em Londres e Paris, e radicou-se em Portugal em 1974. Nas décadas de 1970 e 1980, conduziu oficinas em terras lusas e dirigiu uma dezena de peças junto ao grupo ‘Os Cômicos’, de Lisboa; ao Centro Dramático de Évora; e ao Teatro Universitário do Porto.
Nas décadas de 1990 e 2000, retornou à Portugal, com viagens recorrentes ao Brasil, mais pontualmente à São Luís, Maranhão, onde criou o Projeto “Qual é a nossa?”, com crianças em situação de rua.
Nesse intervalo de 20 anos, criou a sua “Companhia de Teatro Quinta Parede” e encenou mais de 20 peças, tendo sido premiado quatro vezes pela Associação Portuguesa de Críticos Teatrais e participado de importantes eventos internacionais.
José também publicou uma série de livros, com destaque para “20 anos de teatro e miscigenação”, “30 anos de teatro e jovem público” e “40 anos de teatro”, além de ter sido crítico de teatro de “O Jornal”, de Lisboa, e “Diário de Notícias”, da cidade do Porto.
Foi ainda professor de importantes instituições de ensino como a Universidade de Évora e a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.
Fonte: BNB