Objetivo é criar experiências positivas para crianças se movimentarem mais, tornando-se adultos ativos
As crianças brasileiras são as menos ativas da América Latina, segundo estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP), como parte do projeto global Desenhado para o Movimento. Para mudar esse panorama e a perspectiva de que o País chegue a 2030 com o nível de atividade da população 34% menor do que era em 2002, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com mais três agências da ONU (Unicef, Unesco e ONU Habitat), além de parceiros públicos e privados, vai investir R$ 16 milhões para agitar a criançada.
O representante do Pnud e coordenador do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, explica que o mundo passa pelo que ele considera uma epidemia de inatividade física, problema que gera diminuição na expectativa de vida e aumento dos gastos com saúde e redução de produtividade.
“Essa pesquisa mostrou que o mundo está cada vez com menos movimento, mais sedentário e menos ativo. E isso está resultando em consequências de saúde, psíquicas, no desempenho escolar etc. E, no caso do Brasil, uma pesquisa feita exclusivamente para o Brasil mostrou que as crianças brasileiras estão se movimentando menos do que há cinco anos, e, de fato, elas são as crianças com menos atividade física da América Latina. Então é preciso fazer um movimento conjunto, uma série de parcerias, para mudar essa tendência.”
De acordo com o levantamento, o custo da falta de atividade física pode chegar a US$ 12 bilhões por ano no Brasil. A iniciativa Desenhado para o Movimento foi lançada nessa terça-feira (10) no Brasil, depois de ser apresentada nos Estados Unidos e no Reino Unido. Chediek informa que a parceria no Brasil já tem cerca de 30 instituições envolvidas, como os ministérios do Esporte e da Educação, além de empresas públicas e privada.
“Primeiro, é o momento de criar consciência. Segundo, que esse problema não tem uma solução simples, que precisa soluções múltiplas, porque não é só um assunto das escolas, é também um assunto das cidades, é um assunto da mobilidade urbana, da segurança, então precisamos desenvolver parcerias para resolver esse problema. E, então, o próximo passo é aumentar o compromissos, para que cada organização, dentro da sua possibilidade, contribua para a solução do problema.”
Ele lembra que o objetivo não é recomendar um determinado número de horas por semana dedicadas à atividade física, mas sim incorporar o movimento ao cotidiano. “Nós estamos desenhados para nos movimentar, então precisamos que a atividade física seja constante. A chave é incorporar o conceito da mobilidade em todas as atividades, incluindo a educação, as atividades lúdicas, os jogos”, explicou.
O compromisso é para criar experiências positivas para as crianças se movimentarem mais e se tornarem adultos ativos, integrando a atividade física ao dia a dia, com ênfase nas crianças com até dez anos. O estudo mundial foi iniciado em 2010 com patrocínio da Nike e enfoca a atividade física como fonte de vantagem competitiva, que pode contribuir para a liderança, produtividade e inovação.
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